O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou a embaixadores nesta segunda-feira (18) que deseja “aprimorar os padrões de transparência” das eleições, segundo nota enviada pela Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência). Bolsonaro também criticou as urnas eletrônicas, sem apresentar provas.
Durante a apresentação aos embaixadores, Jair Bolsonaro, mais uma vez, teceu críticas aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), em especial a Luís Roberto Barroso e Edson Fachin, e classificou como “lamentáveis” recentes falas dos ministros.
“Quando se fala em eleições, vem à nossa cabeça transparência. E o senhor (Luís Roberto) Barroso e o senhor (Edson) Fachin começaram a andar pelo mundo me criticando, como se eu estivesse preparando um golpe pela ocasião das eleições. É exatamente o contrário o que está acontecendo. O Barroso vai aos Estados Unidos dar palestra de como se tira um presidente. Ele era do TSE e do STF. Você não tem ciência de pessoas que ocupam os mesmos cargos em outros países que fiquem falando, dando entrevistas e palestras sobre opiniões pessoais sobre o governo? Lamentável a opinião do ministro Barroso, isso atrapalha o Brasil”, disse Bolsonaro.
Ele ainda colocou sob dúvidas os resultados das eleições presidenciais de 2018, na qual foi eleito com 55,13% dos votos válidos, afirmando ter visto “centenas de vídeos” que mostravam uma suposta fraude nas urnas eletrônicas e disse que está fazendo essas reclamações antes das eleições para que “haja tempo do TSE consertar”. Os vídeos citados por Bolsonaro já foram desmentidos.
“Tenho centenas de vídeos de eleitores que, ao apertarem meu número nas urnas, aparecia o voto para outro candidato. Ao apertarem o 7, aparecia o 3. Não vi ninguém falando do outro lado. Estou falando antes para que haja tempo de consertar pelo TSE”, afirmou. Vale ressaltar que gravar ou tirar foto da urna no momento da votação é considerado crime eleitoral, e a pena pode chegar até dois anos de prisão.
O pré-candidato ainda retrucou as acusações de que ele estaria “atentando contra a democracia” ao atacar o sistema das urnas eletrônicas e rebateu que, na verdade, seria o próprio TSE quem estaria atentando ao “não liberar o inquérito da suposta fraude de 2018”.
“Atentar contra a democracia: quem faz isso é o próprio TSE ao esconder o inquérito sobre o que aconteceu em 2018 (suposta fraude nas eleições). Não pode um magistrado (Alexandre de Moraes) ameaçar ninguém e ao falar que existe um gabinete do ódio, e que seria algo do meu governo, falou de um ministro, mas nunca o nomeou, não mostrou uma só matéria produzida pelo gabinete do ódio. O que ele quer com isso?”, disse.
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