Aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) avaliam que a prisão do ex-ministro Milton Ribeiro (Educação) coroa o pior momento da campanha do mandatário.
Já apreensivos com a alta do preço dos combustíveis, anunciada na semana passada pela Petrobras, pessoas próximas do presidente dizem que a prisão abala um dos pilares da campanha, que é o discurso anticorrupção, usado para fazer frente ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Como mostrou a coluna Mônica Bergamo, aliados de Bolsonaro dizem que o episódio é um “verdadeiro desastre”.
Um integrante do núcleo duro da campanha bolsonarista diz que “não tem vida fácil” ao comentar a detenção de Ribeiro e de pastores ligados ao governo. Este aliado de Bolsonaro, porém, afirma que as acusações contra o ex-ministro não vão colar no presidente, indicando a estratégia a ser adotada.
Ribeiro foi nomeado ministro da Educação em julho de 2020 e deixou o cargo em março deste ano, após ser alvo de investigação por um suposto balcão de negócios no MEC operado por ele e por pastores.
Em áudio revelado pela Folha, o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro disse que priorizava pedidos dos amigos de um dos pastores a pedido de Bolsonaro.
Além de Ribeiro, a Polícia Federal também prendeu pastores suspeitos de operar um balcão de negócios no Ministério da Educação e na liberação de verbas do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação).
Ao menos um dos pastores, Gilmar Santos, já foi detido. A PF também cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços de Ribeiro, de Gilmar e do pastor Arilton Moura —esses dois últimos são ligados a Bolsonaro e apontados como lobistas que atuavam no MEC.
Deixe seu comentário