Estudantes de Ilhéus desenvolvem inseticida a partir da folha da mandioca


Folha da raiz contém o ácido cianídrico (HCN), que elimina as formigas e lagartas. Segundo os pesquisadores, o produto é sustentável e tem bom custo-benefício.

Os agrotóxicos são substâncias desenvolvidas para matar pragas e doenças que afetam o crescimento de plantações. Apesar de ter seus benefícios, esses produtos podem ser prejudiciais para a saúde do solo e de outros seres vivos. Pensando em elaborar um inseticida mais natural e sustentável, os alunos do Centro Estadual de Educação Profissional Gestão e Tecnologia da Informação Álvaro Melo Vieira, localizado na cidade de Ilhéus, Iran Oliveira, Ayla Souza e Diogo dos Santos, orientados pela professora Margarete Correia, produziram um defensivo agrícola à base da folha da mandioca.

A pesquisa, que conta com bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), surgiu após Iran Pereira observar que as mandiocas da sua horta, diferentes de outras plantas, não sofriam com as formigas. “A partir disso, Iran pesquisou e descobriu que as folhas das mandiocas possuem uma substância chamada de ácido cianídrico (HCN). Assim, começamos a pensar e desenvolver um inseticida que pudesse ser utilizado pelos agricultores e que não poluísse o meio ambiente”, explica Ayla.

O projeto, que está na segunda fase de teste, faz parte do Programa Ciência na Escola, da Secretaria de Educação e foi um dos vencedores da 9ª Feira de Ciências, Empreendedorismo e Inovação da Bahia (FECIBA). Segundo Ayla Silva, o maior objetivo da pesquisa é produzir um inseticida com um bom custo-benefício. “O inseticida beneficia os agricultores e as populações que sofrem com as pragas que destroem suas plantações. Queremos fornecer produtos sustentáveis e serviços que possibilitem a melhoria da condição de vida das pessoas, atuando na preservação e reduzindo os impactos dos agrotóxicos no meio ambiente”.

A pesquisa do pesticida à base da folha da mandioca tem parceria com a professora de Química, Elisa Prestes Massena, da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc). A orientadora do projeto, professora Margarete Correia, afirma que o produto está no processo de testes e que o intuito é incentivar o uso do inseticida sustentável nas hortas. “A partir da realização de mais testes de qualidade, acredito que poderemos buscar uma melhoria na fórmula, com o objetivo de estimular os pequenos produtores a utilizarem o inseticida em suas hortas”.