Policiais Civis da Bahia realizam Assembleia Extraordinária e pode entrar em greve no estado


Eustácio Lopes, presidente do SINDPOC.

Assim como tem acontecido em outros estados, a Bahia tem vivido um surto de gripe e também da variante da nova onda da COVID-19, a Ômicron.

Atento e preocupado com a situação dos policiais que atuam nas delegacias de Salvador e interior do estado, o SINDPOC convoca a categoria para uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) Virtual, na próxima terça – feira (18), às 18h, onde será votado um indicativo de greve da categoria.

Os servidores reclamam que diferentemente do que ocorre em outros órgãos e repartições públicas, a população para adentrar nesses ambientes precisam apresentar o “passaporte de vacinação”, algo que nas delegacias não acontece. Dessa forma, descumprindo o decreto do Governo do Estado.

Para Eustácio Lopes, presidente do SINDPOC, está faltando gestão por parte do comando da Polícia Civil da Bahia. “Já passamos essa demanda à Delegada Geral, para Dra. Heloisa Campos, mas infelizmente não tivemos devolutiva no sentido que a Policia Civil da Bahia cumpra o decreto do governador, onde determina para a entrada de pessoas em locais de serviço público tenha em mãos a carteira de vacinação”, pontou Lopes.

Entenda o decreto

Publicado no Diário Oficial do Estado no dia 20 de novembro, o passaporte de vacinação está em vigor desde o dia 1º de dezembro, portanto, o cidadão fica obrigado a apresentar o documento fornecido pelo município no ato da vacinação ou o passaporte de vacinação obtido pelo portal Conecte SUS.
Os serviços como aqueles prestados pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e o Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC), já se tornaram exclusivos para quem estiver em posse do passaporte de vacinação.

A partir dia 10 de dezembro, a Bahia também começou a cobrar o passaporte de vacinação para o uso do transporte público intermunicipal. Somente as pessoas vacinadas poderão transitar entre uma cidade e outra usando o transporte coletivo.

Dados

Atualmente, o Estado da Bahia possui 5.500 policiais civis, divididos entre delegados, investigadores e escrivães, no entanto, mais de 30% desse efetivo está em idade de se aposentar. Nesse contexto, 80% desses policiais são oriundos dos concursos de 97, 92, 88 que possuem mais de 50 anos e são detentores de várias morbidades. Como explica o representante do SINDPOC.

“Estamos diante de uma situação alarmante, em que somente 700 policiais são jovens, os demais servidores têm pressão alta, diabetes, cardíacos e hipertensos. Diante desse quadro só temos 3.000 policiais nas ruas com a dura missão de combater a violência através do trabalho de investigação”, falou o líder sindical.

Ele finaliza destacando a importância da assembleia da próxima terça. “Infelizmente, o cenário atual tem nos obrigado a tomar essa medida drástica. Assembleia da semana que vem é para deliberar, juntamente com os colegas um indicativo de greve. Além da desvalorização categoria, falta de estrutura, estamos trabalhando exposto ao COVID-19, com sua variante ômicron e a H3N2 é um dos subtipos do vírus Influenza, porque o Governo do Estado não consegue através da Policia Civil fazer com que as pessoas apresentem a carteira de vacinação, o chamado “Passaporte da Vacina”. É no mínimo estranho, pois os outros órgãos conseguem fazer essa exigência para o bem do servidor, somente a policia Civil, não”, denunciou o presidente do SINDPOC.