Câmara de Ilhéus cria Comissão Especial para debater o futuro da avenida Soares Lopes, um dos principais cartões-postais da cidade


Avenida Soares Lopes. Foto de Jamesson Araújo.

A Câmara de Vereadores de Ilhéus aprovou ontem (03) à noite a instalação de uma Comissão Especial para tratar de temas relacionados ao processo de urbanização da Avenida Soares Lopes, centro de Ilhéus, uma das regiões com o metro quadrado mais valorizado do município. A iniciativa partiu da Mesa Diretora do Poder Legislativo após debates da população – e dos próprios vereadores – sobre critérios e análises técnicas para implantação de empreendimentos na artéria.

A comissão será presidida pelo vereador Vinicius Alcântara (PV) e terá Ivo Evangelista (Republicanos) como relator. Ainda será composta pelos parlamentares Tandick Resende (PTB), Aldemir Almeida (PP), Enilda Mendonça (PT) e Paulo Carqueija (PSD). Terá um prazo de funcionamento de 120 dias para conclusão de seus trabalhos, quando será elaborado um relatório de suas atividades, que será lido no plenário da Câmara.

No documento, a Mesa Diretora da Câmara destaca que o trecho compreendido entre o Porto de Malhado e o Monumento do Cristo caracteriza-se como orla exposta urbanizada de ocupação consolidada, onde se localizam construções térreas e verticalizadas, seus acessos ocorrem ao longo do trecho e se destinam a residência e comércio.

Neste trecho encontram-se as avenidas Soares Lopes e Dois de Julho (ate o Cristo). Estas duas avenidas representam, desde a época de sua construção, grande importância no contexto urbano da cidade, pois apresentam forte vocação para “centro de atrações” do visitante e do morador. A Avenida Soares Lopes, em especial, representou e continua representando a principal avenida de llhéus. O documento também lembra que a orla, de grande beleza cênica, nos últimos anos vem passando por um processo de assoreamento, devido a construção do Porto de Malhado, resultando em uma extensa área de areia que afasta o mar das avenidas.

“Esse processo de assoreamento em andamento ao longo do tempo proporciona uma constante pressão para a ocupação deste espaço”, destaca. A Mesa também lembra que em 1985, o município, no intuito de ocupar este espaço assoreado, contratou o paisagista Burle Marx para elaborar um projeto de urbanização para a área. A obra teve inicio no mesmo período e foi concluída e inaugurada em 1992. Segundo os autores da iniciativa, algumas alterações foram feitas, não concluindo o paisagismo da área e não executando as construções dos equipamentos de apoio e lazer previstos.

Estes e outros problemas identificados no cenário da avenida geram uma sensação de abandono que interfere na paisagem e na qualidade da experiência do usuário. “Os frequentadores passam a tratar o patrimônio público com descaso, agravando ainda mais a situação existente”. O tema, portanto, ganhará destaque e atenção nos próximos meses, com o objetivo de contribuir com as novas diretrizes para a mais importante artéria central do município.