A CPI da Pandemia aprovou nesta quarta-feira (26) a convocação de nove governadores e do ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel para depor sobre suspeitas de desvio de recursos destinados ao combate ao coronavírus em estados e capitais. Os senadores também aprovaram a reconvocação do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e do atual chefe da pasta, Marcelo Queiroga, entre outros nomes. Os depoimentos ainda serão agendados.
Senador Eduardo Girão (Podemos-CE) sugeriu a convocação do governador da Bahia, Rui Costa, mas o pedido foi indeferido pelo presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM).
Integrantes governistas da CPI da Pandemia comemoraram a convocação de governadores de estados para prestarem depoimentos. Em entrevista após a reunião do colegiado desta quarta-feira (26), os senadores Eduardo Girão (Podemos-CE), Jorginho Mello (PL-SC), Luis Carlos Heinze (PP-RS) e Marcos Rogério (DEM-RO) disseram que a comissão de inquérito deu um passo adiante para impedir que a investigação se torne seletiva.
— Hoje foi dia um dia importante e que muda o rumo da CPI, dando a ela o caminho do dinheiro. É importante investigar o governo federal, suas ações e omissões, mas é nosso objetivo também investigar o que foi feito com os bilhões destinados a estados e municípios. A partir de agora, as repostas virão por documentos e também pelos depoimentos a serem tomados — afirmou Marcos Rogério.
Os parlamentares explicaram que o critério adotado para a escolha dos nomes foi o de priorizar estados onde houve operações da Polícia Federal, apurando eventuais desvios de verbas, fraudes e superfaturamentos.
— A convocação de prefeitos ficou para um segundo momento. Em nossa reunião interna que fizemos hoje, levamos em conta uma série de questões como o tamanho das cidades e se são capitais — explicou Rogério.
A decisão de deixar os prefeitos de fora não agradou ao senador Eduardo Girão (Podemos-CE). Para ele, é um anseio legítimo da sociedade investigar União, estados e municípios e seria necessário chamar ao menos mandatários de grandes capitais onde houve operações policiais.
— Para mim, caracteriza uma blindagem. Por que não chamaram logo hoje os prefeitos? Essa é a pergunta que fica e esperamos uma resposta em breve. A sociedade não quer uma parte da verdade, mas toda a verdade — reclamou.
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