O deputado estadual Pedro Tavares (DEM), recebeu nos últimos dias, vários relatos de estudantes baianos que não conseguem sair da Bolívia por conta do fechamento das fronteiras pelo Governo boliviano, como forma de conter o avanço do coronavírus no país. Com a suspensão das aulas nas universidades há dezoito dias, os estudantes estão em situação precária, com poucos recursos e sem assistência. São mais de duzentos brasileiros, em Cochabamba, que, em meio a pandemia não conseguem viajar para o Brasil. O parlamentar pede o apoio das autoridades brasileiras para que os cidadãos sejam amparados e repatriados, já que a rodoviária e o aeroporto da cidade encontram-se fechados.
O deputado conversou com duas jovens de Irecê, que estudam no país vizinho há quatro anos. As irmãs Gabriela, 24 anos e Talita Andrade de Barros, 26 anos contaram a rotina difícil, onde cada uma só pode sair uma vez por semana, seguindo critérios a partir da numeração da carteira de identidade, sendo o horário restrito de 8 h às 11 h. “Esse tempo muitas vezes não é suficiente para irmos ao banco e ao mercado, pois sempre enfrentamos filas”, contou Gabriela. As medidas locais também são rígidas, conforme relatou Talita. “Caso a pessoa seja encontrada na rua fora do horário pode pagar uma multa no valor de R$ 700, se for de carro o valor aumenta para R$1.200. O portão do nosso prédio também fecha às 11h, caso cheguemos depois corremos o risco de ficar na rua. A situação está muito complicada”, lamentou.
Elas temem também ficar doentes, já que faltam informações e assistência hospitalar. “O atendimento médico é difícil e a saúde aqui é muita cara”, acrescentou Talita. O deputado também recebeu outros pedidos de socorro de baianos, da região de Irecê, através das redes sociais.
Tavares se solidarizou com as estudantes e prometeu informar o fato ao Governo da Bahia, já que existem muitos baianos, em Cochabamba, na mesma situação. O parlamentar também vai conversar com as autoridades federais para sensibilizar o Governo Federal a fim de uma solução para os brasileiros.
“É triste sabermos que há conterrâneos sem conseguir sair da Bolívia. Contamos com a sensibilidade de todos para que esses brasileiros sejam assistidos e repatriados de forma digna e segura”, afirmou.
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