Articulação política dos grupos em Ilhéus – breve análise


Por Prof. Emenson Silva.

Emenson Silva.

Analisando o processo politico em Ilhéus, podemos perceber avanços e drásticos retrocessos nas ações politicas de determinados seguimentos. Antes de falarmos sobre a temática, cabe antes de tudo uma reflexão sobre o significado da palavra “articulação”, que nada mais é do que senão, um encadeamento de diferentes elementos com vistas ao eficaz funcionamento de um sistema.

As peças do xadrez politico começam a se mover, e percebe-se notoriamente a criação de uma grande frente politica, montada com a finalidade de contrariar a oposição, que de forma prematura divulga o seu surgimento, pois a quem diga que antes de botar o bloco na rua é preciso ensaia-lo e organiza-lo, para depois ir ao desfile. Assim, partidos da base aliada ao governado do estado, comemoraram certamente o nascimento dessa oposição criada recentemente, que as duras penas, seus criadores e adeptos devem ser grandes “cientistas políticos”, astutos, maliciosos, organizados e perspicazes, pois, por si só, automaticamente se isolaram das futuras amarrações politicas na corrida pelo Palácio Paranaguá em 2020.

Tudo isso por quê? Simples analise, segundo dados de pesquisas de opinião recentes, apontam que o Governador Rui Costa goza de uma aprovação que beira a casa dos 75% dos ilheenses. Isso incidirá diretamente no resultado das eleições 2020, pois essa aprovação do governador se dá por ações governamentais significativas na cidade: construção da ponte Ilhéus/Pontal (antes um sonho, hoje uma realidade), construção do Hospital Regional Costa do Cacau, Hospital Materno Infantil (em breve), duplicação da Rodovia Ilhéus/Itabuna, sem contar com os grandes empreendimentos que estão chegando ao município, sob autorização e articulação do governo estadual.

Assim, quatro frentes se articulam para a corrida nas eleições 2020, canalizadas pelos partidos políticos, Partido Social Democrata (PSD), comandado pelo alcaide Dr. Mário Alexandre, o Partido Progressista (PP), comandado pelo cacique da politica regional, o ex-prefeito Jabes Ribeiro e o Partido dos Trabalhadores (PT), partido do Governador que apresenta o nome do Empresário Newton Cruz, para a disputar a sucessão municipal. Essas três alternativas (PSD, PP e PT) fazem parte da base aliada ao Governador do Estado. Por outro lado, na dianteira da oposição radical ao Governador Rui Costa, está o Democratas (DEM), liderado pelo grupo politico de ACM Neto, Prefeito da Cidade de Salvador, tendo como seu pré-candidato o empresário Valderico Júnior, que pela analise real do “jogo”, deverá trabalhar e muito para obter êxito no pleito em 2020, pois não se sabe ao certo como e onde ele se encaixará no futuro. “Nem mesmo os surfistas remam contra a maré”, mas aguardemos os próximos capítulos.

“Cartas na mesa” cabem aqui algumas indagações: O que estes grupos estão articulando? Quais seus projetos? O que pretendem atingir? Quem são seus lideres? Quais os papeis sociais que eles exercem? O que contribuem para o crescimento social, cultural e econômico do município? O jogo começou a se desenhar e poderá ser finalizado com grandes surpresas, pois as frentes, bem como a oposição, devem está se articulando para enfrentar o campo de batalha, sem contar que pode surgir a qualquer momento novas lideranças, nesse processo que está totalmente aberto.

Diante disso, é visto uma vasta movimentação dos caciques das forças politicas local, no sentido de agregar partidos políticos, seguimentos, lideranças, cabos eleitorais, visando a obtenção ou manutenção do poder. É perceptível nesta corrida que, saem na frente os grupos que demonstram poder de persuasão e articulação politica. Não se faz politica sem a visão geral do processo. Acredito que o candidato vencedor das próximas eleições deverá ter três características básicas 1) atingir uma considerável popularidade (voto), 2) possuir um grupo politico coeso e de qualidade (grupo politico) e 3) possuir condições financeiras adequadas para que as ações planejadas sejam realizadas com eficácia para executar tudo aquilo que foi planejado estrategicamente para a campanha.

Neste “tabuleiro de jogo de xadrez”, entendo que o Partido dos Trabalhadores (PT) pode ser a mola divisora nessa estrutura, pois, possui uma margem de votos fiel que, bem posicionada e motivada, renderá bons frutos no processo politico. O candidato do PT, Newton Cruz, conta com o aval dos caciques estaduais da sigla como: o Senador Jaques Wagner e o Deputado Estadual, Rosenberg. Há quem diga que no processo eleitoral o Ex-Presidente Lula irá vir a Ilhéus ser cabo eleitoral de Newton Cruz, o que certamente terá um peso significativo na sua caminhada rumo ao Palácio Paranaguá. Entretanto, cabe a seus lideres se desprenderem de históricas e conhecidas vaidades e construírem juntos um projeto viável para Ilhéus.

Na dianteira e o principal adversário a ser batido, está o chefe do poder executivo ilheense, o Dr. Mário Alexandre, que atualmente transformou Ilhéus em um canteiro de obras, tanto na área da saúde como em diversos pontos da cidade. Reformas e construção de Postos de Saúde e Escolas, conclusão da obra da Orla Sul na Rodovia Ilhéus/Olivença, funcionamento 24 horas de duas Unidades de Pronto Atendimento (UPAS), aumento real do salário dos servidores municipais, além do pagamento em dias, dentre outros feitos, o Prefeito irá inaugurar junto com o Governador Rui Costa, a tão sonhada Ponte Ilhéus/Pontal. Marão, como é conhecido pela massa, vem agregando diversos partidos políticos à sua base como: PSD, PSL, PDT, PRB, PSDB, PTdoB, PV E PSC e ainda anda “namorando” outras agremiações como é o caso do cobiçado AVANTE do Deputado campeão de votos na Bahia, Sargento Isidoro.

Correndo por fora, no que se refere aos partidos que compõem a base aliada do Governador do Estado, temos ainda o Partido Progressista (PP) do ex-prefeito Jabes Ribeiro que desde ano passado, iniciaram o planejamento e a organização de encontros com o objetivo de alavancar a campanha do empresário Cacá Colchões que, nas eleições de 2016 obteve 18 mil votos, desbancando figuras importantes da politica local como o Ex-Deputado Federal Bebeto Galvão do Partido Social Brasileiro (PSB). Em 2018, nas eleições para Deputado Estadual, Cacá mais uma vez mostrou que detém um considerável capital eleitoral sendo o Deputado mais votado na cidade, com 12 mil votos. Principal cabo eleitoral do candidato Cacá Colchões, o ex-prefeito Jabes Ribeiro conta uma rejeição muito grande, principalmente entre os servidores que amargaram 4 anos sem reajuste no último mandato do ex-prefeito. Todavia, a “velha raposa” conta com uma vasta experiência e sabe quais os passos que deve seguir no decorrer desse longo e árduo caminho que é as eleições.

Do outro lado da ponta, caminhando na oposição ao popular Governador Rui Costa, aparece o Pré-Candidato Valderico Júnior, que se filiou recentemente ao Democrata (DEM), partido do Prefeito de Salvador ACM Neto. Novo na politica, o filho do ex-prefeito Valderico Reis administra a conceituada Rádio Gabriela FM e é Presidente do CDL. Nas eleições de 2018, Valderico Júnior transferiu de forma surpreendente aproximadamente 2500 votos ao candidato a Deputado Estadual pelo partido PODEMOS, Jânio Natal. Acredito que o maior desafio do candidato do DEM seja formar um grupo politico que te conceda a densidade eleitoral necessária pra alavancar sua candidatura, além de desvincular sua imagem do Ex-Prefeito e pai, Valderico Reis. Valderico foi deposto do cargo após diversas manifestações que culminaram no seu afastamento pela Câmara Municipal de Ilhéus. Até o momento, o pré-candidato do DEM conseguiu montar uma frente de partidos que pouco representa termos de capital eleitoral. Patriota, PTC, MDB e DEM contam apenas com o Vereador Juarez do MDB, onde o mesmo já declarou que apoia a reeleição do Prefeito Mário Alexandre (PSD). Entretanto, vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos.

Este artigo é apenas uma reflexão meramente técnica, tudo isso poderá ser modificado de acordo com as linhas estratégicas dos grupos, bem como, seus movimentos políticos na cidade. Pesquisas de opinião apontam que, mais de 80% da população não está nem aí para política e eleição. Isso deixa o jogo totalmente aberto e sem prognostico possível.

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