O 3º Acampamento dos Povos Indígenas da Bahia começou na terça-feira (7), na área externa da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), em Salvador. A cerimônia de abertura registrou a participação de 23 povos indígenas de diversas regiões da Bahia. O secretário estadual de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social, Carlos Martins, esteve no ato e manifestou o compromisso do Governo da Bahia com os povos indígenas.
Durante quatro dias, mais de 600 indígenas estarão presentes em Salvador, num grande acampamento localizado no Centro Administrativo da Bahia (CAB). A edição deste ano tem como lema ‘Dia ao Povo que Lute! Lutaremos’ e está sendo organizado pelo Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia (Mupoiba).
Estão representados no acampamento os povos Tupinambá, Pataxó, Pataxó Hã-hã-hãe, Kiriri, Tuxá, Tumbalalá, Atikum, Pakararé, Kaimbé, Pankarú, Pakararú, Truká, Xukuru-Kariri, Kariri-Xóco-Fulni-ô, Kapinawá, Potiguara, Tapuia, Kambiwá, Funi-ô, Xacriabá, Payayá, Kantaruré e Tuxi. Uma série de atividades faz parte da programação do evento, como audiências públicas, encontros da juventude indígena e sessões especiais na Alba para discutir temas como a educação indígena e políticas públicas para as mulheres indígenas.
“Os povos indígenas estão aqui com uma série de demandas e reivindicações, muitas delas que dizem respeito à educação, segurança pública e infraestrutura hídrica, por exemplo, que são da alçada do Governo Estadual. Mas também trazem neste encontro uma série de reivindicações referentes ao Governo Federal, que nós não temos jurisdição, mas apoiamos por se tratarem de demandas em relação à saúde indígena e a demarcação de terras, que são direitos fundamentais”, afirmou Carlos Martins, que estava acompanhado do superintendente de Apoio e Defesa dos Direitos Humanos da SJDHDS, Jones Carvalho.
A SJDHDS será responsável por mediar as negociações entre os povos indígenas e as diferentes secretarias estaduais, entre elas Educação, Desenvolvimento Rural (SDR) e Políticas para as Mulheres (SPM). De acordo com Martins, as demandas serão avaliadas e encaminhadas para atendimento dentro das possibilidades do governo estadual.
Uma das principais lideranças dos povos indígenas da Bahia, o cacique Rosivaldo Ferreira da Silva, conhecido como Babau Tupinambá, estava na abertura do encontro e reafirmou a importância da união dos diferentes povos para alcançar os objetivos. “Nós precisamos dialogar com sabedoria, honra e altivez. Vamos quebrar os preconceitos, vencer o racismo e mostrar que também lutamos e buscamos os nossos objetivos”, afirmou o cacique Babau, que integra um dos programas de proteção da SJDHDS em virtude das ameaças que recebe.
O encontro também teve as presenças das secretárias estaduais Fabya Reis (Promoção da Igualdade Racial) e Julieta Palmeira (Políticas para as Mulheres); dos secretários estaduais Josias Gomes (Desenvolvimento Rural), Davidson Magalhães (Trabalho, Emprego, Renda e Esporte); do chefe de gabinete da Secretaria da Educação, Cezar Lisboa; do coordenador do Mupoiba, Kâhu Pataxó; representantes da Alba e da Universidade Federal da Bahia (Ufba); e lideranças das diferentes organizações indígenas da Bahia.
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