O carnaval que arrasta multidões em Salvador deixa montanhas de latinhas pelo circuito. Mas o material, que é objeto de descarte para os foliões, é fonte de renda para os catadores de resíduos sólidos. Neste ano, 1,3 mil catadores estão atuando durante a festa, com o apoio da Operação Carolina de Jesus, realizada pela Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre). Nos três primeiros dias do carnaval, eles recolheram cerca de 22 toneladas de material reciclável.
Para Givaldo Neve, 45 anos, o período é importante para complementar a renda da família “Faço esse trabalho, no carnaval, há 20 anos para ajudar em casa. Com o apoio do Governo do Estado, o lucro é maior”, explica. Isso ocorre porque o material recolhido é vendido, sem a necessidade de atravessadores, nas cinco centrais de apoio do projeto, que funcionam no Politeama, na Barra, Ondina, Ladeira da Montanha e no Nordeste de Amaralina.
Os catadores receberam fardamento, protetores auriculares e contam com água e refeições diárias. “Tiro meu sustento da catação e esse é o quinto ano que participo do projeto. É muito bom porque a gente não precisa tirar dinheiro da vendagem para se alimentar, por exemplo”, conta a catadora Joselina da Silva, 66 anos.
Para o secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, Davidson Magalhães, a Operação Carolina de Jesus contribui para superar o histórico de invisibilidade do ofício dos catadores. “Ao longo dos anos, a Setre vem tratando dessa atividade importantíssima, criando condições para que os catadores, que fazem parte de um segmento muito vulnerável, tenham um trabalho mais decente, reconhecido e com maior rentabilidade”, ressalta.
O projeto conta com a parceria da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema). “É uma iniciativa que garante a destinação adequada de um grande volume de resíduos sólidos produzidos no carnaval e dá dignidade para o trabalho dos catadores, verdadeiros agentes ambientais”, destaca o titular da Sema, João Carlos Silva.
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