De cada 10 jovens de até 17 anos no Brasil, 6 são considerados pobres pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância). Segundo a instituição, que apresentou nessa terça-feira, 14, novo método para medição da pobreza, a categoria inclui não apenas o critério de renda, mas a “privação” de seis garantias básicas, ligadas à educação, informação, trabalho infantil, acesso a água, saneamento ou moradia. Dos 53,7 milhões de brasileiros de até 17 anos, 32,76 milhões (61%) estão nesta condição.
“Queremos propagar a ideia de que a questão monetária é uma das dimensões da pobreza, não a única”, afirma a representante do Unicef no Brasil, Florence Bauer.
O recorte do Unicef tem como base os dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2015.
As privações
No universo de 53,7 milhões de crianças e adolescentes do país, 39% (20,94 milhões) têm condições de vida consideradas satisfatórias pelo Unicef.
Das 32,7 milhões restantes, cerca de um quinto (6 milhões) sofre “apenas” com a privação monetária: a renda per capita é de até R$ 346 na zona urbana, ou R$ 269 na zona rural. Já os jovens atingidos por pelo menos uma das demais privações representam metade da faixa etária de até 17 anos no país.
O problema mais recorrente é o saneamento. Segundo a pesquisa, 13,33 milhões de jovens vivem em casas com banheiro compartilhado por mais de uma família ou com fossa rudimentar – ou em situação ainda mais precária.
A segunda privação mais comum, com 8,79 milhões de afetados, é a educação. Em seguida, aparecem as carências no acesso à água (7,6 milhões), à informação (6,8 milhões), à moradia (5,89 milhões) e à proteção contra trabalho infantil (2,52 milhões).
Uma categoria que chamou atenção da Unicef são os que não sofrem com a pobreza financeira, mas estão enquadrados em alguma das outras privações. “São famílias que têm renda mínima, mas algumas garantias, como saneamento, não dependem delas”, avalia Bauer.
Informações da Band News.
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