Os documentos contábeis e financeiros, bem como de todo o setor administrativo da atual gestão, estão preservados, pois foram digitalizados, e os mais antigos foram microfilmados e estão sob a guarda da Empresa Gráfica da Bahia – EGBA. A informação foi passada pelo presidente da Assembleia Legislativa da Bahia – ALBA, deputado Angelo Coronel. “Esse trabalho de digitalização acontece graças ao programa ‘Papel Zero’ que lançamos logo no início da nossa gestão”, lembrou o presidente em entrevista coletiva concedida, neste domingo (29.07), no auditório Jorge Calmon Filho, na ALBA, ao lado do comandante do Corpo de Bombeiros, Coronel Telles de Macedo.
A digitalização e microfilmagem de toda a documentação administrativa e financeira foi fator determinante para a redução do prejuízo documental decorrente do incêndio que atingiu o 3º andar do prédio principal, na tarde de ontem. Além da digitalização de toda a documentação da atual gestão, documentos relativos a 2016 e 2015 estão microfilmados, sob guarda da EGBA. O fogo teve início por volta das 15h20 mas graças a uma ação rápida, efetiva e preponderante do Corpo de Bombeiros, cuja operação foi comandada diretamente pelo comandante-geral do CBPM, Coronel Telles, o fogo foi dominado e as chamas ficaram confinadas no mesmo andar. Portanto, preliminarmente, se espera que só documentos em tramitação terão de ser recompostos, processo considerado passível de realização sem grandes complicações.
O presidente da ALBA alertou que o levantamento total dos prejuízos só será possível após a realização de todas as perícias técnicas e policiais no andar atingido. “A Codesal esteve no prédio, e interditou apenas o terceiro andar, mas ainda teremos as perícias da polícia técnica e de engenheiros estruturais e elétricos que farão uma avaliação antes da liberação do prédio para uso normal”, completou Angelo Coronel. Ele instituiu um Gabinete de Ações Administrativas, sob seu comando, para centralizar decisões, pois quer o Legislativo em funcionamento pleno no menor prazo possível e manteve para o dia primeiro, nesta quarta-feira, a reabertura dos trabalhos ordinários. Caso o plenário Orlando Spínola não esteja liberado para uso, as reuniões ocorrerão no auditório Jorge Calmon.
Em ofício encaminhado ao governador Rui Costa, o presidente da Casa solicitou a designação de um delegado especial para presidir o inquérito. “Nós solicitamos que seja um delegado que tenha experiência em investigação de incêndio”, completou. Na coletiva, o presidente estava acompanhado do Superintendente de Recursos Humanos, Francisco Raposo, do Superintendente Administrativo e Financeiro, Carlos Roberto Pinto, do comandante do Corpo de Bombeiros, Coronel Telles de Macedo, e do Comandante da Casa Militar da ALBA, Coronel Xavier.
A operação do Corpo de Bombeiros, foi comandada diretamente pelo Coronel Telles. Durante a entrevista ele garantiu que não houve qualquer crise de falta de água e que o trabalho dos bombeiros foi dentro das normas e padrões de eficiência. “Tanto isso é verdade que conseguimos dominar o fogo rapidamente, isolando o mesmo no 3º pavimento contendo desta forma a expansão do fogo”, ressaltou o comandante. Coronel Telles, lembrou ainda que não teve nenhuma vítima, ficando o prejuízo restrito a danos materiais.
Reformas estruturantes
Angelo Coronel disse ainda que logo que assumiu a presidência da Casa solicitou uma análise junto com o Copo de Bombeiros sobre os riscos na Casa. “O relatório indicava a necessidade de troca de todos os forros e divisórias de fibra de vidro, material inflamável, existentes na Casa. Também desse produto é feito o teto do prédio, o que, infelizmente, possibilitou a migração das chamas de uma ala para outra, constatou. Quando iniciamos as reformas já fomos trocando todo o material de acordo com as novas normas de segurança e prevenção”, esclareceu lamentando que “infelizmente não teve tempo de concluir a obra do terceiro andar, que estava prevista a troca de todo o telhado e divisórias, além da revisão de toda a parte elétrica”, completou.
Todas as reformas já realizadas na ALBA passaram a utilizar materiais antichama, que impedem a propagação do fogo. “Fizemos isso na reforma do Plenário, nos subsolos, no primeiro andar e na garagem e refeitório. Estávamos já no terceiro andar, mas não tivemos tempo”, completou. O presidente ressaltou ainda que todas as obras realizadas na Casa têm o acompanhamento de engenheiros civis, elétricos e hidráulicos. “Nós buscamos sempre agir dentro das normas legais e dentro das normas de segurança”, finalizou.
FUNCIONAMENTO NORMAL
Os gabinetes parlamentares, repartições e serviços que funcionam nos anexos Nélson David e Wilson Lins, bem como no edifício Senador Jutahy Magalhães não sofrerão alterações em suas rotinas – incluídas aí lideranças partidárias, Mesa Diretora, TV Assembleia, segurança, biblioteca, o posto bancário, transportes, serviço médico, entre outros. Essas foram as primeiras decisões do Gabinete de Ações Administrativas, GAA, criado pelo presidente Angelo Coronel, sob a sua coordenação, para a implementação de ações emergenciais – e de médio prazo – para o funcionamento pleno da ALBA e até a recuperação completa do edifício sede do Legislativo.
O edifício Deputado Luís Eduardo Magalhães permanecerá fechado nesse início de semana. Portanto, os funcionários lotados nos órgãos administrativos localizados ali não precisam se deslocar amanhã (30.07) para a Assembleia Legislativa, exceto os diretores, coordenadores e gerentes que estão convocados para uma reunião às 14h, no auditório Jornalista Jorge Calmon. Pela manhã, o pessoal da Engenharia e Informática se reunirão com o superintendente de Administração e Finanças, Carlos Roberto Pinto e com o Chefe de Gabinete da presidência, Márcio Barreto, para estudar as providências que serão adotadas após a liberação do prédio sinistrado.
O presidente da ALBA já informou que a Casa cumprirá com todos os seus deveres constitucionais, como sempre aconteceu, apesar desse infortúnio que pretende ver superado rapidamente. O GAA informa que apesar da Coordenação da Defesa Civil interditar apenas o terceiro piso (a área sinistrada) que todo o prédio permanecerá interditado até a realização da perícia técnica da Polícia Civil ser concluída. A partir desse laudo, a seguradora responsável pelo prédio será notificada, devendo proceder, como de praxe, a sua própria perícia.
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