O Programa de Pós-Graduação em Estado e Sociedade da Universidade Federal do Sul da Bahia (PPGES/UFSB) promove seu primeiro Simpósio Internacional de Patrimônio e Memória. Entende-se por “Simpósio” um espaço de aproximação entre especialistas de notório saber e nossos estudantes que também apresentarão o andamento de suas pesquisas, em ambiente descontraído e amigável que busca a igualdade entre os participantes. O primeiro Simpósio será voltado para a relação entre Patrimônio, Turismo, Música e Memória, dando especial atenção ao papel da Universidade no fortalecimento das identidades coletivas locais através da Memória.
Localizado em território fortemente marcado por fatos históricos e discursos simbólicos importantes para a construção da nacionalidade, Porto Seguro abriga monumentos, vilas, paisagens e narrativas de altíssimo valor patrimonial. Essa importância ficou claramente estabelecida através do tombamento do conjunto arquitetônico e paisagístico em 1968, com inscrição no Livro Histórico e no Livro Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico. O perímetro de sua área de tombamento foi, ainda, rerratificado pela Portaria Ministerial nº140 de 2000, publicada no Diário Oficial da União de 27 de abril de 2000.
Ao mesmo tempo, Porto Seguro reúne uma importantíssima diversidade de culturas que se constituíram em variados matizes ao longo dos séculos de interação histórica entre diferentes povos, como os indígenas, negros e portugueses. Uma riquíssima variedade de práticas performativas se consolidou através da dança, das cantorias, das manifestações dramáticas, visuais e escritas, sustentadas pela religião, como nos festejos católicos, nas festas de Santo, nos terreiros de candomblé e nos rituais indígenas, ou por atividades de lazer como as cirandas, tridos ou Jogos Indígenas. Tanto nas procissões que desfilam pelos povoados, vilas e cidades quanto nos sambas de roda e nas encenações das marujadas, são as próprias comunidades que estão se construindo, na medida em que se manifestam.
Ao receber convidados da Universidade de Aveiro (Portugal) e da UNIRIO, busca-se ampliar essa percepção da interação e da troca para a esfera ultramarina. Será um aprendizado sobre a memória dessa relação, sobre como ela se construiu através de músicas, sonoridades e instrumentos nos dois lados do Atlântico. Perceber-se-á, também, como é necessária a delicada construção de arquivos de preservação da memória musical, sonora, imagética e textual pela Universidade que se instala na Cidade. Serão lições importantes para fortalecer a linha de pesquisa em Patrimônio, Cultura e Ambiente, e o diálogo em prol do início de uma parceria interdisciplinar e internacional.
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