“Há males que vem para o bem”.
Essa expressão antiga e de domínio popular se adequa como a parte má, ao quadro de mentiras sucessivas, de “umbiguismo” e dos escândalos que fortemente se instalaram e vêm se avolumando incontrolavelmente na saúde do nosso município nesses últimos 03 meses, porque, pela parte boa, esse momento nos permite conhecer a conduta dos vereadores que não hesitam em defender a desativação do hospital regional, assim como defendem os critérios inumanos impostos para o atendimento da população no Hospital Costa do Cacau, enquanto, outra parcela opta pelo silêncio, como se a omissão fosse um atalho para se esconder da opinião pública, quando, na verdade, a omissão ou a ação de defesa nesse sentido revela conivência com a indecente Administração Pública do Executivo Municipal de Ilhéus. Isso nos permite fazer uma avaliação, desde já, não só, para futuramente rejeitarmos as suas reeleições, bem como, para não se votar em candidatos que eles venham apoiar no próximo pleito, por se tratar de “lé com cré”, farinha do mesmo saco. Ressalta-se que não mais que 03 vereadores têm se manifestado timidamente, sobre o assunto.
Os nossos dois deputados estaduais famosos pelas “moções”, pelas “parabenizações”, pelas “manifestações de apoios”, sem nenhum projeto de relevância, estão silentes, não se posicionaram nem contra, nem a favor ao fechamento do Hospital Regional, enquanto o nosso deputado federal se limitou a marcar e acompanhar lideranças em audiências com autoridades e qual aos outros dois, numa atitude morna prefere não correr o risco de melindrar o projeto político da sua base aliada a ter que adotar um posicionamento contra a desativação do nosocômio e assim fazendo, contrariam até a lei de Deus, que no Capitulo III, versículo 16, do Livro Apocalipse, nos ensina: “Assim, porque és morno, e não és frio, nem quente, vomitar-te-ei da minha boca”.
Nesse oceano de mentiras onde navegam de mãos dadas o governo estadual e o municipal, não há condições de sobrevida sequer para um alevino de verdade. Cada mentira maior é consequência da justificativa de uma mentira precedente e menor. Daí, de mentira em mentira, a Saúde do município de Ilhéus está doente, inassistida e envolta em um escândalo que precisa ser estancado, porque, a profundidade do poço no qual estamos jogados chegou ao seu limite máximo. Precisamos voltar à superfície.
O Hospital Costa do Cacau foi inaugurado recentemente para atendimento médico-hospitalar de média e alta complexidade em urgência e emergência, com área de abrangência compreendida por 68 municípios e uma população beneficiada estimada em torno de 2 milhões de pessoas.
MAS, o Hospital Regional Costa do Cacau que foi incluído como contrapartida à construção do Porto Sul, no Caderno de Investimento do governo do Estado da Bahia e no Programa de Adequação de Infraestrutura do Entorno do Empreendimento em 2013/2014, com perfil assistencial em urgência e emergência, ensino e pesquisa, “fará atendimento à demanda espontânea e referenciado. Terá capacidade para leitos de internação, com atendimento médico-hospitalar de média e alta complexidade em urgência e emergência, internamentos, além de atendimentos ambulatorial nas seguintes especialidades: clínica geral, cirurgia geral, pediatria, ortopedia, entre outras”. Além do mais é para atender somente a 27 municípios do litoral sul, beneficiando uma população estimada em 780 mil habitantes e não a 68 municípios e quase 2 milhões de habitantes, como o governador Rui Costa assim determinou.
Portanto, a população regional, principalmente a que será afetada direta e indiretamente pelos impactos do porto sul não poderá receber o Hospital Costa do Cacau no formato imposto pelo governo do Estado, que, inclusive, nos termos da condicionante deveria estar realizando atendimento ambulatorial nas especialidades de clínica geral, cirurgia geral, pediatria, ortopedia, etc.
Bem mais grave é o ato de fechamento do Hospital Geral Luiz Viana Filho, pois o compromisso do governo do Estado da Bahia nos termos das compensações socioambientais em relação a construção do Porto Sul foi de AMPLIAR AS SUAS INSTALAÇÕES em 24 leitos adultos e 18 pediátricos na OBSERVAÇÃO; ampliação de 11 leitos adultos e 04 pediátricos para ESTABILIZAÇÃO e Implantação de 05 leitos adultos e 03 pediátricos de ÁREA VERMELHA, perfazendo ao total de 65 leitos E NÃO DE DESATIVÁ-LO.
E agora? A população quer receber o Hospital Costa do Cacau com o perfil, com a finalidade, com os serviços, na forma exata como consta no Programa de Adequação da Infraestrutura do Entorno do Empreendimento e do Caderno de Investimento, porque essa é a condição que lhe foi imposta e aceita como contrapartida socioambiental.
E agora? A população quer a Reforma da Emergência do Hospital Regional Luiz Viana Filho, com a ampliação dos 65 leitos previstos como compensação socioambiental em razão da construção do Porto Sul, reativando imediatamente os seus serviços, antes de transformá-lo em maternidade.
Somos defensores intransigentes do complexo intermodal, porque este é o nosso posicionamento claro, através do COESO, há quase 09 anos, apesar de que, a fase de ser contra ou a favor já está superada, restando o cumprimento das condicionantes para efeito da manutenção da Licença de Instalação – LI que expira em setembro de 2020 e a liberação da Licença de Operação – LO, que depende dos empreendedores e o Estado com a alteração do perfil do Hospital Costa do Cacau e da desativação do Hospital Regional Luiz Viana Filho, poderá estar comprometendo as obras do empreendimento.
O Movimento Ativista Social – MAS, juntamente com servidores do Hospital Regional Luiz Viana Filho e defensores desse nosocômio, fizeram representações perante o MPE, MPF e Defensoria Pública, municiando-os de provas irrefutáveis e estarão adotando outras providências, prudentemente, embora, somente o governo do Estado da Bahia poderá rever os seus atos, para não comprometer as obras do porto sul.
Outros aspectos de natureza gravíssima decorrente do fechamento do Hospital Regional Luiz Viana Filho serão trazidos ao conhecimento da população pelo Movimento Ativista Social – MAS, assim como, a efetiva participação do município de Ilhéus na prática de atos ilegais, aéticos e imorais.
Esperamos que as ideologias partidárias não continuem prevalecendo sobre a necessidade da união em defesa da reativação do Hospital Regional Luiz Viana Filho.
Abaixo de Deus, só nós unidos podemos nos salvar, porque estamos órfãos politicamente. Nossos representantes não nos representam. Mas, estamos vivos e precisamos sobreviver, portanto, SE ELES NÃO FAZEM, A GENTE FAZ.
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