A Câmara de Vereadores de Ilhéus, a pedido do vereador Fabrício Nascimento (PSB), por intermédio do requerimento 346/2017 aprovado por unanimidade pelo plenário, debateu na sessão desta terça-feira (21) a situação de fechamento para reforma e municipalização do Hospital Regional Luiz Viana Filho.
Com a presença da sociedade civil organizada, representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde (Sindsaúde), da Clínica Ortopédica e Cirúrgica de Ilhéus (Coci) e centenas de servidores do Hospital Regional, os manifestantes demonstraram grande apreensão devido ao anúncio do fechamento do Regional a partir da inauguração, em dezembro, do Hospital Regional Costa do Cacau, e à falta de posição por parte da Secretaria Estadual de Saúde sobre a realocação desses trabalhadores.
O médico e vereador Aldemir Almeida (PP), representando a clínica Coci, afirmou que a inauguração do Hospital da Costa do Cacau e o fechamento ou mudança do Hospital Regional, é trocar seis por meia dúzia, já que ao ganhar 230 leitos, eliminará outros 160 do Regional.
“Há 35 anos, quando cheguei nesta cidade, nos tínhamos 710 leitos. Em 1991 a cidade tinha 130 mil habitantes. Hoje a cidade tem 200 mil habitantes e 250 leitos. A cidade cresceu e o número de leitos diminuiu assustadoramente. Hoje, não tem condições de internar ninguém. Vamos fechar o hospital de 150 leitos, e vamos abrir o hospital de 230 leitos, e não vai resolver o problema da saúde de Ilhéus. Eu falo com embasamento e conhecimento. Se não tiver o Regional, nenhum hospital aqui, tem estrutura para manter uma equipe multidisciplinar para atender a todos em várias especialidades”, explanou Aldemir.
Funcionário do Regional, o vereador Fabrício Nascimento informou que há uma grande preocupação da população sobre o atendimento de urgência e emergência e que cabe à Câmara de Vereadores, a casa do povo, chamar a responsabilidade para si neste momento tão preocupante para saúde no município, além de cobrar do Estado a manutenção do Hospital Regional Luiz Viana Filho. O vice-presidente da Câmara, Gil Gomes (PV), lembrou que é impossível atender à demanda da saúde sem o Regional e afirmou que os servidores podem contar com o apoio da Câmara para pedir uma reunião urgente com a Sesab, para debater a situação.
O vereador Ivo Evangelista (PRB) lembrou que existem dois projetos de interesse do estado; a renovação do contrato com a Embasa, e a criação do consórcio para gerir o Hospital Materno-Infantil com UTI Neonatal em conjunto com a Prefeitura de Ilhéus, e pediu o endurecimento dos colegas vereadores para ampliar o debate sobre o Regional.
Funcionário estadual e vice-presidente do Conselho de Saúde Municipal, Yolando Souza, lembrou que o Hospital Regional possui 427 funcionários estatutários e 235 funcionários contratados pela Fundação José Silveira e, com a construção do Hospital do Cacau, se instalou um clima de angústia e indefinições em relação ao destino de seus funcionários. “Fala-se da casa, mas esquecem das pessoas. Não podemos passivamente assistir o Governo trocar um hospital com portas abertas por um hospital com portas fechadas”.
Fabrício Nascimento lamentou a ausência dos representantes das secretarias de saúde do estado e do município em um momento tão importante para os ilheenses e protocolou um novo requerimento convocando-os a comparecer à Câmara na próxima semana. A secretária de Saúde de Ilhéus, Elizângela Oliveira, em contato com Fabrício Nascimento, afirmou que irá comparecer ao Plenário na próxima terça-feira, 28, juntamente com um representante do estado para debater a situação da saúde pública em Ilhéus.
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