O vice-prefeito de Ilhéus e secretário municipal de Planejamento e Desenvolvimento Sustentável (Seplandes), José Nazal Soub, atribuiu ao resultado do Censo do IBGE realizado em 2000, os relevantes e incongruentes números que, a partir desse logro, vêm gerando desdobramentos igualmente desacreditados, contrariando a lógica, a matemática e a percepção geral sobre Ilhéus.
Em nota pública distribuída ontem (31) à noite, Nazal afirma que por conta desta significativa diferença, auditores do IBGE chegaram a fazer uma aferição nos dados coletados entre os censos de 2000 e 2010, quando se verificou que, em várias localidades do município, especialmente na zona rural, o número de domicílios e de habitantes contados era inferior ao que havia sido coletado pelo mesmo Instituto. “Por razões que desconhecemos, os números do censo do IBGE do ano 2000, irreais, superestimaram a nossa população”, assegura.
Conquista – Na nota, Nazal dá como exemplo o populoso bairro da Conquista. “Em 2000, a população do bairro era de 22.045 habitantes e o bairro possuía 5.703 domicílios. Já em 2010, o mesmo local possuía 6.379 domicílios e registrava apenas 18.892 habitantes. Então, segundo o IBGE, ao tempo em que o número de residências cresceu 11%, houve uma redução da população em torno de 15% por cento”, afirmou, destacando que até hoje o IBGE não conseguiu explicar o fato.
Segundo a nota, é por conta desta situação que, ao longo dos anos subsequentes, o município tem registrado quedas populacionais, já que o critério de definição dos novos números acontece por intermédio de projeções e não de novas contagens reais.
“Ora, se o vetor 2000/2010, revela decréscimo demográfico, atribui-se o mesmo declínio aos anos subsequentes, alheio às possibilidades de estagnação do decréscimo, ou mesmo reversão do vetor. Assim, a população de Ilhéus continuará definhando, mesmo que não seja verdade, até que um novo censo populacional seja efetuado”, afirma Nazal.
Diferente da realidade – Outros sintomas, como o aumento do número de domicílios e a quantidade expressiva de novas construções, além do considerável crescimento da “mancha urbana”, são fatos incontestáveis e que contrariam as projeções do IBGE. Ou seja, a incongruência se evidencia, mais uma vez: enquanto o município se expande e a população decresce”, completa.
Nazal assegura na nota que a Prefeitura oficializou a reclamação de Ilhéus no escritório do IBGE na Bahia, à metodologia questionável do Censo de 2000 e que uma demanda jurídica para anulação do referido censo chegou a ser cogitada, mas demonstrou-se inviável, pois seria demasiadamente longa e os efeitos buscados se perderiam. A nota ainda esclarece que os novos números apresentados não representam nenhum tipo de prejuízo financeiro direto, mas, eventualmente, podem gerar consequências danosas nas avaliações sobre o nosso município, conquanto a prováveis investimentos pelos quais nos empenhamos diuturnamente, mas cujo decréscimo populacional pode vir a representar um dado desestimulante.
“Em que pese a queda nos índices populacionais, faz-se necessário informar que Ilhéus se manteve com uma boa margem de segurança na faixa de transferências constitucionais a que teríamos direito, sobretudo o Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Externo as minhas convicções de que esse erro será desmistificado em 2020 – quando está previsto a realização de um novo Censo Demográfico Nacional – e a verdade restabelecida”, finaliza Nazal.
A nota divulgada por Nazal é uma resposta à estimativa populacional divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) sobre o município. Os números projetados e divulgados pelo IBGE, instituição nacional responsável pela guarda, controle e contagem da população brasileira, mais uma vez mostraram o crescimento populacional negativo no município de Ilhéus, questionados pelo vice-prefeito
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