Incluir os acidentes de trânsito como doença de notificação compulsória pelas unidades de saúde, ampliar e descentralizar as blitz de alcoolemia, criar um plano de segurança viária e unir entidades governamentais e sociedade civil, por meio de um aplicativo para dispositivos móveis que permita o georeferenciamento dos acidentes. Esses foram alguns dos projetos debatidos nesta quarta-feira (9), na sede da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), em Salvador, por diversos órgãos estaduais, municipais, conselhos e associações ligadas ao trânsito, a fim de reduzir o número de acidentes de envolvendo motociclistas.
De acordo com o secretário estadual da Saúde, Fábio Vilas-Boas, “os acidentes de moto representam hoje o maior e mais grave problema de saúde pública do estado, tendo em vista os elevados custos econômicos e socais, além da elevada taxa de ocupação de leitos hospitalares, que os politraumatizados representam no estado”. Nesse sentido, está em elaboração a criação de um Comitê Estadual de Prevenção dos Acidentes de Moto.
Entre 2000 e 2014, cerca de 30 mil pessoas (exatos 29.586) morreram em acidentes de trânsito na Bahia, o equivalente à população de cidades baianas como Ruy Barbosa ou Muritiba. Deste total, 5.193 pessoas estavam dirigindo motos, enquanto 10.570 eram ocupantes de carros. Se o número absoluto surpreende, o crescimento na taxa de mortalidade envolvendo acidentes de trânsito também assusta. Entre 2000 e 2014, o total de acidentes por cada 100 mil habitantes aumentou 105,6%. Os óbitos envolvendo apenas motociclistas cresceram 481,2%.
Segundo o diretor geral do Departamento Estadual de Trânsito (Detran/BA), Lúcio Gomes, é preciso investir no tripé educação, engenharia de tráfego e fiscalização. Ampliar a capilaridade dos cursos de formação no interior, intensificar as ações nas escolas e criar um fundo para custear ações preventivas de acidentes de trânsito foram algumas das ações propostas no encontro. Para a presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde (Cosems) , Stela Souza, “a iniciativa do Governo do Estado vem em muito boa hora, pois os hospitais municipais também estão sobrecarregados de pacientes vítimas de acidentes automobilísticos e não conseguem mais atender às demandas eletivas da população”.
Esta é a primeira reunião do grupo de trabalho e teve a presença de dirigentes das secretarias estaduais de Infraestrutura (Seinfra), da Segurança Pública (SSP), de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS), da Educação, além de representantes da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) e do Conselho Estadual dos Secretários Municipais de Saúde da Bahia (Cosems).
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