A Prefeitura de Ilhéus e o Governo a Bahia estudam a transferência do Aeroporto Jorge Amado, em Ilhéus – hoje administrado pela Infraero -, para o estado, atendendo a uma mudança natural que vem ocorrendo em diversos aeroportos brasileiros, em função as dificuldades financeiras da estatal e o do seu projeto de reestruturação que está em curso e prevê a redução no número de aeroportos administrados e de funcionários, também.
A mudança de concessionários é um caminho natural estrategicamente pensado pelo estado e pelo município, que estão em busca de investidores para a modernização do “Jorge Amado”, como já aconteceu com alguns dos principais terminais do país, a exemplo de Guarulhos (SP) e Galeão (RJ).
“Estamos evoluindo”, assegura o prefeito Mário Alexandre, que esteve reunido com o secretário estadual de Infraestrutura, Marcus Cavalcanti, discutindo as possibilidades que representem a melhoria do aeroporto de Ilhéus. “Com a Infraero as chances de avançarmos são reduzidas já que a estatal vem colecionando prejuízos ao longo dos últimos tempos”, disse. “Com a mudança, além de investimentos técnicos, ampliamos nossa capacidade de gerar novos empregos na área de serviços através de parcerias público-privadas”, assegura Mário.
Prejuízos – Em 2015, a Infraero teve prejuízo de R$ 3 bilhões. Em 2016, o prejuízo foi de R$ 767 milhões. Dos aeroportos administrados pela estatal, 70 por cento são deficitários. “Diante de parcos recursos para investimento, não há como competirmos por recursos com os grandes aeroportos nacionais que também precisam de dinheiro para aplicar em modernização”, completa o prefeito de Ilhéus.
A melhoria técnica e da estrutura física do Aeroporto Jorge Amado não inviabiliza o projeto de construção do Aeroporto Internacional, segundo Mário Alexandre. O assunto, inclusive, foi citado no discurso do secretário estadual da Casa Civil, Bruno Dauster, ao representar o Governo da Bahia na solenidade que marcou a visita da Missão Chinesa a Ilhéus, semana passada.
Aeroporto Jorge Amado – A história do transporte aéreo em Ilhéus é tão antiga quanto a própria Aviação Comercial Brasileira. Os hidroaviões da Condor e da Panair do Brasil que viajavam para o Norte do país faziam escala obrigatória na cidade. Em 1938, foi escolhida uma área de 370.670 m² de terreno para a construção do Campo de Aviação do Pontal, com o objetivo de servir de apoio a aeronaves durante a Segunda Guerra. A pista do Aeroporto de Ilhéus foi asfaltada somente na década de 1950. Em outubro de 1980, a Infraero assumiu a administração do aeroporto e promoveu uma série de obras como a ampliação e reforma do terminal de passageiros e a construção de cercas e muros de segurança.
Várias outras melhorias foram realizadas no ano de 2013, entre elas, a instalação da estação meteorológica de superfície, a reforma e ampliação da capacidade instalada da subestação elétrica e a implantação do Módulo Operacional do Grupamento de Navegação Aérea. Visando maior segurança, no ano de 2015, foram realizadas a readequação da sinalização horizontal do pátio de aviação comercial e a instalação de placas retrorrefletivas para sinalização vertical de pátio e pista de aterrissagem. Mas o aeroporto necessita de investimentos maiores tanto no aspecto técnico quanto de infraestrutura.
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