Buscar uma alternativa para o abastecimento de água das indústrias de Ilhéus sem comprometer o abastecimento humano. Este foi o tema da reunião realizada nesta sexta-feira (02), na Promotoria Regional de Meio Ambiente da Costa do Cacau, com a presença de representantes da Embasa, do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), do Ministério Público, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Ilhéus e das quatro indústrias da cidade que necessitam de grandes volumes de água em suas operações. Na ocasião, ficou acordado que a barragem do Rio Santana, manancial que atende a zona sul de Ilhéus e que está sendo utilizado para reforçar o abastecimento das zonas central e norte do município, será liberada para fornecimento alternativo às indústrias, por meio de caminhões-pipa, desde que parte da água bruta continue ultrapassando o vertedouro do barramento em direção ao mar.
“A Embasa será responsável por monitorar o manancial e, caso seja identificado qualquer risco potencial de redução da oferta de água à população, a medida será imediatamente suspensa”, destacou a promotora regional de meio ambiente, Aline Salvador. “Por conta da situação de emergência decretada no município, todos os mananciais, independente de suas especificações de outorga, podem ser automaticamente acionados para abastecimento humano e dessedentação de animais, os usos prioritários definidos pela legislação nos casos de escassez hídrica. Mas se parte da água do Rio Santana está sendo perdida para o mar, e sabemos da importância das indústrias na geração de emprego e renda da cidade, precisamos nos unir e tentar buscar, em conjunto, uma solução viável e sustentável para todos”, pontuou a promotora.
A Embasa também estuda a possibilidade de utilizar água do sistema de Uruçuca, já que o rio Almada, manancial que abastece o município, está com a vazão regularizada após as chuvas das últimas semanas. “Esse fornecimento, se for possível, vai reduzir o impacto dos caminhões na mobilidade urbana de Ilhéus e representa menor custo logístico para as indústrias, por conta da proximidade geográfica com a zona industrial. Além disso, o sistema de abastecimento de Uruçuca trabalha com folga operacional de seis horas”, informou Danilo Gomes, gerente da Unidade Regional de Itabuna, que responde pela operação dos dois sistemas.
Soluções de médio e longo prazo
No encontro, os representantes das indústrias compartilharam soluções adotadas para minimizar o impacto da redução preventiva da oferta de água empreendida pela Embasa desde abril deste ano, como captação de água de chuva, redução do consumo e implantação de sistemas de reúso. Também foram discutidas soluções de médio e longo prazo, já que a situação de escassez hídrica pode se repetir, com a ocorrência de novos ciclos de interferência do fenômeno El Niño nos próximos anos. Uma das possibilidades, que vem sendo estudada pela Embasa, é um projeto para aumentar a capacidade de acumulação da barragem do Iguape.
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