Agricultores elogiam PF e criticam o CIMI


A Associação de Pequenos Agricultores de Ilhéus, Una e Buerarema (ASPAIUB) e o Movimento Pardo-Mestiço Brasileiro (Nação Mestiça) emitiram uma nota de irrestrito apoio às autoridades policiais e judiciárias do sul da Bahia.

O elogio foi pela prisão de Rosivaldo Ferreira da Silva, o “cacique Babau” e seu irmão, José Aelson Jesus da Silva, presos por resistência a uma ordem de reintegração de posse e por porte de arma sem licença. Mas já foram soltos.

“É público e notório o Estado de Exceção que vivemos na Zona Rural de nossa Região, por conta de milícia estruturada para aterrorizar e saquear pequenas propriedades familiares, construídas com o suor de várias gerações”, diz a nota.

“É publico e notório, também, que decisão judicial nada vale para esses elementos, que contam com o apoio de órgãos públicos que deveriam zelar pela lei”.

O grupo lamenta a posição de “comissões ditas de direitos humanos, que se prestam a fazer um papel deplorável de defesa de Rosivaldo e seu irmão”.

Os dois são apontados, diz a nota, em registros nas Policias Federal e Civil, como autores ou mandantes da tentativa de assassinato, ocorrida em 2010, logo após uma reintegração de posse, com 4 agricultores baleados, e vários espancados.

“São acusados também de participação direta ou como mandante da tentativa de assassinato que resultou na paraplegia de um agricultor, e no assassinato do líder do Assentamento de Reforma Agrária Ipiranga, Juraci Santana”.

Rosivaldo, seus irmãos e seguidores são denunciados por crimes como tortura, cárcere privado, estupro, ameaça de morte, saques, incêndio, roubo de animais, da produção e de equipamentos, depredação de propriedades.

Mais formação de quadrilha, agressão de agentes públicos e disparos contra instalações de segurança. Mas nada disso foi suficiente para que eles fiquem na prisão. Todas as vezes em que são presos, a polícia sofre pressão para soltá-los.

A impunidade até aqui garantida a Babau, que é caboclo e nada tem de índio, e sua quadrilha tem incentivado as invasões, vandalismo, roubos em fazendas, criando um cenário de guerra no sul da Bahia, sob a omissão do Governo Federal.

“A mesma atenção e proteção não foi oferecida aos milhares de agricultores expulsos de suas propriedades, sob a mira de armas de fogo de grosso calibre, de uso restrito, inclusive, e que hoje estão a mercê da sorte, vivendo em miséria plena”.

“Denunciamos e repudiamos, com veemência, a posição do CIMI, que se alimenta do sangue e do suor de pequenos agricultores familiares, por eles tratados como latifundiários e coronéis”.

O grupo diz que o Conselho MIssionário Indigensita “oculta os fatos e olha a pessoa humana apenas sob um prisma, fortalecendo o racismo e apartheid entre irmãos”.

“O Conselho é um dos responsáveis, com essa atitude, pelo estado de penúria e indigência que vivem os verdadeiros indígenas, que têm os recursos financeiros a eles destinados utilizados para sustentar a farsa indigenista sulbaiana”.

*Matéria do Jornal A Região