O último fim de semana entrou para a história de Camacã e região sul da Bahia. Isso, graças a realização do III Camacã Skate Protest, evento que reuniu atividades esportivas, palestras, oficinas, mesas de debate e apresentações artísticas. O foco principal do evento foi o de reunir a juventude da região, e debater ações que venham beneficiar esse segmento, sempre caracterizado por ser um dos principais protagonistas das mudanças ocorridas na sociedade.
No sábado (21), foram oferecidas oficina de construção de Cajon (instrumento de percussão), com o professor Mither Amorim, de Itabuna, e a oficina de pintura, com a professora Claudete, onde os participantes construíram um “big book” no compensado, também aprendendo junto com a galera do slack line, e contou também com o início do campeonato mirim de skate.
O evento teve sua continuidade durante a noite, com a abertura oficial da Mesa da Juventude, onde teve a participação da atriz, Camila Santana, que empolgou o público com sua emocionante performance interpretando o “Manifesto da Antropofagia Periférica” do escritor Sergio Vaz.
Logo após foi composta a mesa, com a participação do prefeito de Camacã, Arildo, a secretária de Educação, Raphaelle Marinho, o advogado camacaense, Joselito Guimarães, o presidente da Associação Ilheense em Esportes Radicais, Adelson “Cientista”, o estudante e professor, Vinícius Quinto, o historiador Gabriel “Bio” e o funcionário público e ativista político ilheense, Mario “Shi. A mesa teve como proposta a discussão do conceito de juventude, as políticas para os jovens, e a falta de espaços para a prática da arte, música, esporte e lazer (tudo que faz parte da construção cultural de uma comunidade) para a juventude.
A discussão foi marcada também pela cobrança de uma solução para a concha acústica de Camacã, que se encontra abandonada há 7 anos, e a construção de uma pista de skate. A reação do prefeito, apesar de ter sido pego de surpresa pelas cobranças ali feitas, foi satisfatória. Depois da exibição dos slides, mostrando a gravidade do problema, relembrando o sentimento de abandono que sofre a cultura em nossa cidade, discutindo a relação da mesma com o aumento da criminalidade, foi prometido que haveria, por parte da prefeitura, um empenho em buscar recursos para resolver as situações da concha. Também foi feito um apelo pelos jovens skatistas, quanto a construção de uma praça apropriada para a pratica do esporte.
No andamento do evento, a animação tomou conta da praça, com apresentações artísticas e musicais com Sara Parisi e sua dança com fogo, o MC Maycon Oliveira de Canavieiras, e a banda de reggae Guiné, que agitaram o público, encerrando o primeiro dia de atividades.
No dia 22 (domingo), alguns visitantes aproveitaram a parte da manhã para conhecer a barragem e refrescar-se do escaldante calor. O evento reabriu com os “aulões” de Jiu-Jitsu, com o grupo Guerreiros da Lage, de Canavieiras, de ginástica funcional, com Thiago Stolze, e a sequência do campeonato, categoria amador e iniciante. As atrações musicais Guiné (que voltou ao palco do evento), MC Gabriel Barreto de Camacã, e a banda camacaense O Fogo, que fez a base para Paulo Mouzo e Prince Addamo (filho de Camacã ).
Segundo Vinícius Quinto, um dos idealizadores e organizadores do Camacã Skate Protest, o evento mostrou que, unida, a juventude mostra força, e capacidade para apresentar soluções para a cidade
“É importante ter o pensamento crítico, a garra e vontade da mudança. Perceber que existem portas que são de forma intencional trancadas, mas que, juntos podemos ‘arrombar’ essas fechaduras”, afirmou Vinícius.
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