Amargando uma impopularidade que chega a 70%, o prefeito Claudevane Leite, o Vane do Renascer, do PRB, anunciou que não se candidatará à reeleição. E justificou:
– Eu não tenho R$ 5 milhões para gastar.
Bem o fez. Até porque, se tratando de Itabuna, o gastar aí pode significar jogar fora. Vane governa um município que virou raridade no Brasil: lá, desde que a reeleição foi instituída, em 1998, nunca um prefeito foi reeleito.
Em 2000, no poder, Fernando Gomes enfrentou Geraldo Simões. Perdeu. Em 2006, foi a vez de Geraldo perder para o próprio Fernando. E por último em 2012, Nilton Azevedo, o Capitão Azevedo, perdeu para Vane, que agora vislumbra a realidade: o cenário não é propício para quebrar a regra.
Por enquanto, os dois pré-candidatos tidos como mais competitivos são o deputado estadual Augusto Castro (PSDB) e o ex-deputado federal e ex-prefeito Geraldo Simões, com Davidson Magalhães (PCdoB), deputado federal, que já recebeu declarações de amor do prefeito Vane, correndo por fora.
Em 2012, Simões lançou a mulher dele, Juçara Feitosa (PT), que obteve 15,3% dos votos, ficando num modesto terceiro lugar, atrás de Vane e Azevedo. Como no ano passado ele também candidatou o filho, Tiago, a deputado estadual, criou um cisma político, o do ‘projeto familiar’, na banda governista.
É nessa brecha que Davidson entra. Ele e Geraldo disputam as simpatias da banda governista. Se unir, em torno de qualquer um, fica competitivo. Se não, um oposicionista, mais provavelmente o deputado Augusto Castro (PSDB), que lidera as pesquisas, pode encomendar o paletó da posse.
Augusto tem na cola a sombra dos ex-prefeitos Capitão Azevedo (DEM) e Fernando Gomes (PMDB), ambos com problemas na justiça, embaraçados na Lei da Ficha Limpa, mas apoios importantes.
Faltam 11 meses para as eleições e até lá muita água vai rolar, mas no conjunto da obra, uma coisa é certa: Augusto Castro vai fechar 2015 na posição mais confortável.
*Matéria publicada originalmente no site Bahia.Ba
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