Editorial do Blog Agravo
A visita que o secretário de Desenvolvimento de Ilhéus, Jamil Ocké, fez ao seu colega de pasta em Itabuna, José Trindade, para conhecer o funcionamento do segundo restaurante popular da cidade, concretizou a foto que o ilheense precisava para justificar a incapacidade do governo em construir uma unidade do projeto. Mas pelo menos voltou a fazer sonhar quem precisa deste tipo de benefício. Vamos ver se agora sai.
O Governo de Ilhéus insiste em dizer que os recursos federais para tal finalidade, foram prejudicados pela falta de aplicação do governo anterior. Em Itabuna, o choro foi transformado em iniciativa. O restaurante visitado por Jamil Ocké não tem uma só moeda de recursos federais. Todo o dinheiro aplicado foi da Prefeitura de Itabuna. Um milhão e 200 mil reais em reforma do prédio e compra de equipamentos.
Mais difícil ainda será fazer o secretário ilheense entender que o programa não se resume a abrir um restaurante. O que Itabuna colhe com competência é o fato de ter criado um ciclo de proteção alimentar, que tem a finalidade de zerar a fome no município.
Além de distribuir sementes, oferecer assistência técnica aos pequenos produtores, comprar boa parte da produção e distribuí-la para entidades filantrópicas, a Prefeitura vai inaugurar, em breve, um Banco de Alimentos. Quando estiver funcionando, será ponto de recepção e triagem de alimentos considerados inadequados para comercialização, mas ainda próprio pelo consumo humano, destinando-os às instituições da sociedade civil, sem fins lucrativos, que fazem a distribuição gratuita de refeições a pessoas em situação de vulnerabilidade alimentar.
No banco também serão recebidos alimentos que seriam desperdiçados em feiras livres, supermercados e na Central de Abastecimento. Os produtos serão selecionados, processados ou não, embalados e distribuídos gratuitamente para as entidades e programas sociais mantidos pela Prefeitura ou executados em parceria com o Governo Federal. Empresários rurais e agricultores familiares que doarem alimentos à unidade podem ganhar como benefício a isenção fiscal.
Itabuna também apoia 296 pequenos produtores do município, que estão inseridos no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). O programa compra alimentos produzidos pela agricultura familiar e os destina às pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional e àquelas atendidas pela rede socioassistencial, pelos equipamentos públicos de segurança alimentar e nutricional e pela rede pública e filantrópica de ensino. O município é também o de maior montante do Brasil em recursos e na modalidade “Compra com Doação Simultânea” do PAA.
Como se vê, portanto, a secretaria de Assistência Social de Itabuna, apoiada por outras pastas do governo, dá um show de planejamento e de foco no projeto de soberania alimentar.
Enquanto que a Prefeitura de Ilhéus, só consegue mesmo causar mais um fato. E sair na foto da competência dos outros.
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