Por Gustavo Kruschewsky/[email protected]
É cediço da existência institucionalizada de “partidos políticos” no Brasil. Deveriam existir desembolsando um projeto teórico e prático com vistas ao bem estar e satisfação das pessoas, quer seja da população autóctone ou turista dos Estados municipais, dos Estados membros e do Distrito Federal. Os partidários e líderes destas agremiações deveriam existir apenas para a verdadeira luta em prol de realizações de boas obras em todas as áreas, portanto, promover a felicidade humana – objeto central da ética – que é efetivamente “fruto da justiça”.
Todavia, vê-se que – com raríssimas exceções – os partidos políticos instituídos no Brasil historicamente vêm trabalhando com o viés de garantir sempre uma maior adesão possível de pessoas para os seus quadros. Pior ainda é que se criou uma cultura, de forma cruel, com vistas ao exercício da corrupção institucionalizada com o conluio criminoso de muitos agentes públicos e várias empresas milionárias – muitas delas de ESCOL – sediadas no Brasil. Exemplo de tudo isso são os crimes cometidos por muitos partidários e empresários na chamada OPERAÇÃO LAVA JATO, MENSALÃO E PETROLÃO, com perspectivas de surgirem outras mazelas – conforme as bocas pequenas – que virão à tona em uma importante e poderosa instituição bancária brasileira. Dizem que: “quem viver verá”.
No nosso país, do ponto de vista constitucional existem três poderes, legislativo executivo e judiciário! De repente surge uma bomba – ato de corrupção – que algum membro de qualquer um desses poderes corrompeu. Pasmem, é gente que foi escolhida e designada por determinado “partido político”- que através de recebimento de propina comprou voto – para exercer aquela função tão importante para os destinos ou do Município ou do Estado ou que englobe a Federação no seu todo. Portanto, parece que o QUARTO poder da nossa República Federativa do Brasil é o partido político. Ou será que é o único poder? É só o leitor abstrair com todos os fatos existentes desde o início da nossa infante democracia. Os partidos políticos, quase na sua totalidade, descambaram para a contra mão do verdadeiro escopo da arte política que é dar condições às pessoas – sem distinção – de serem felizes realmente.
Não se observa – muito raro – em algum partido político a demonstração de traços fortes em seus líderes de ordem moral e emocional e que tenha verdadeiramente o animus do exercício do bem comum. Tem gente que ocupa cargo de presidente de partido político, até mesmo em âmbito municipal, em que é notório no seu “currículo” a presença de várias mazelas que apontam vida decorrida anteriormente com registros de ações desonestas e aleivosas. Com esse péssimo caráter assume a direção de determinado partido político com o propósito de continuar campeando no caminho da prática do dinheiro subtraído oriundo do erário fruto do suor do povo. Aproveita-se da condição de presidente de um partido político e com este “STATUS” maneja a sua maldita influência e com sua manobra coloca quem quiser à frente de cargos e funções públicas e age como se fosse pessoa “fora do comum”.
O problema sempre morou aí! Daí em diante fica mais fácil o exercício da “institucionalização”, sem eiras nem beiras, do LOTEAMENTO DE CARGOS PÚBLICOS a fim receber propinas de empresários, surgindo assim o fenômeno do exercício da corrupção desenfreada. Este fenômeno é, sem medo de errar, o câncer de muitos seguimentos da “política” nacional em todos os âmbitos, federal, estadual e municipal. São correntes que fluem e crescem muito sem encontrar empecilho, porque em alguns seguimentos dos três poderes existe aceitação para o exercício da corrupção, guardando efetivamente as devidas proporções e exceções. Logo, o malfeito geralmente é admitido sob o comando supremo de um ou de determinados partidos políticos. Essa é a história das “políticas públicas” no Brasil. Por esse meio se tem gerado os desvios de erário público, às vezes até de difícil comprovação. Os cardápios das notícias estão aí estampados em jornais – até mesmo no exterior – em forma de manchetes ou artigos para conhecimento de quem quiser.
A Lei da Ficha Limpa amenizou um pouco, porém os conchavos partidários “inibem” determinados setores do judiciário de decidir com rapidez as demandas em que gestores públicos são réus em vários processos. Vale dizer que a referida Lei foi generosa em oportunizar ao réu – agente político – só ser defenestrado do cargo público que “exerce” depois de condenado em segunda instância, com base no famigerado e superado princípio da inocência, que juristas de boa cepa têm argumentado que é um instituto superado para esse fim… O que se vê em manchetes de jornais é o surgimento de facínoras que formam facções deletérias, semeando discórdias – que, aliás, é o prato entre os partidos políticos no Brasil – subdivididos em bandos capazes apenas de buscar o interesse pessoal. Inexiste ideologia, ou seja, um sistema articulado de ideias. Ah sim, existem mais comumente para a desonestidade. Muitos deles não sabem o que vem a ser bons valores morais… É permitido mudar de partido como se muda de roupa. Mas, há uma diferença: quando a roupa está suja ela pode ser lavada, voltará a ser limpa, mas a maioria dos políticos não se limpa e nem se renova para o bem, adquire péssimos vícios ad eternum.
Está mais do que claro que todas essas manifestações de rua ocorridas em março e abril do andante já são mais de meio caminho andado para que o “sistema” partidário no Brasil seja modificado, seja reformado, enquadre-se no objetivo verdadeiro e ético da organização política que um país sério deve ter que é: a ausência de corrupção e que os mandatários escolhidos pelo eleitor deem com o seu labor “a todas as categorias de cidadãos, e não a uma e algumas delas apenas, a possibilidade de uma vida feliz”. Para isso é preciso que a educação para a vida “cívica” – com referência aos cidadãos e cidadãs como membros do Estado Brasileiro – se transforme na primordial tarefa do Estado. As pessoas no Brasil, na maioria das classes sociais, não estão felizes com a ocorrência de vários fatos danosos à sociedade causados por ação e omissão da maioria dos mandatários que não desempenha o seu papel de verdadeiros políticos. O sistema partidário é quem define, corrompendo principalmente a massa, a fim de votar em A,B e C, como se o voto de cabresto fosse. Ele – o sistema partidário – é o maior culpado porque é o maior causador, é o timoneiro, é o verdadeiro “governante”. Quando as eleições se aproximam já está munido de muita “grana”, que vem das benesses da institucionalização do FUNDO PARTIDÁRIO que agora aumentou o quinhão assustadoramente e como não poderia deixar de ser, das propinas de muitos empresários.
Portanto, não se pode esconder que as mazelas na “política” que vêm ocorrendo no Brasil têm surgido fruto de várias mãos, basicamente sob a égide de muitos partidos políticos, de empresários de ESCOL, inclusos nessa toada alguns “fortes” seguimentos de personagens dos três “poderes” que também são beneficiados. O povo e a massa brasileira já não aguentam mais, esperam que os corruptos, sem distinção, sejam apenados devidamente e gritam que a política no Brasil seja na real “A PRINCIPAL DIMENSÃO DA VIDA HUMANA”. Mas para isso precisa continuar agindo para que haja uma efetiva mudança nas instituições do Brasil e na vida política da nação. Com certeza, nunca mais o povo brasileiro ficará “DEITADO ETERNAMENTE EM BÊRÇO EXPLENDIDO”. Por isso mesmo que a população brasileira demorou de amadurecer…
*Gustavo Cezar do Amaral Kruschewsky é advogado e professor.
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