“Se financiamento não for liberado, todos estaleiros do país fecharão em 40 dias”, prevê deputado baiano


Deputado federal Bebeto Galvão (PSB).
Deputado federal Bebeto Galvão (PSB).

Em uma audiência entre o deputado federal Bebeto Galvão (PSB) e o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, foi anunciado o encaminhamento oficial do governo federal para tentar reverter a grave crise nos Estaleiros Navais do país, a exemplo da Enseada do Paraguaçu, na Bahia, que já parou as atividades e deixou milhares de trabalhadores desempregados e a economia regional em crise. No encontro, Bebeto foi enfático ao dizer que a única medida capaz de resolver o problema é com a contratação do empréstimo pelo BNDES para a Sete Brasil, um aporte que já havia sido autorizado, mas o banco voltou atrás. “A nossa previsão é de que todos os estaleiros navais do país fechem em cerca de 40 dias, caso o investimento não seja garantido. Mas se for liberado, impediremos o fechamento deles e garantiríamos o retorno das atividades do estaleiro da Bahia”, defende Bebeto.

Além de Bebeto, que foi o único deputado baiano presente, a reunião contou com as presenças da senadora Lídice da Mata, prefeito de Salinas, Jorge Castelucci, o vice-prefeito de Maragojipe, Ademar, de deputados dos estados do Rio de Janeiro, Pernambuco e Espírito Santo, além de representantes de sindicatos e federações ligadas à Construção Pesada e dos Metalúrgicos, e de entidades patronais como o presidente do Sinicom, Borba e o vice-presidente do Sinaval, Agostinho. No ato, o ministro Eduardo Braga se comprometeu em reunir representantes da Petrobras, da Sete Brasil e do BNDES para identificar o motivo do emperramento. Ele quer saber do banco qual o desconforto em liberar o financiamento e se os contratos em questão são alvos de investigação. Bebeto argumentou ao ministro que a traquinagem de um ou outro dirigente de empresa não pode penalizar toda a Indústria Naval, que gera emprego e desenvolvimento para o país. A medida do ministro foi considerada pelo deputado Bebeto um avanço enorme para esta problemática, já que não havia uma interlocução entre o governo e as instituições interessadas na solução do impasse.

Grupos estrangeiros

Na reunião, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, ainda se comprometeu em acionar a ANP (Agência Nacional do Petróleo), que é a reguladora responsável pela execução da política do setor, para cobrar esclarecimentos sobre a decisão da Petrobras, que publicou recentemente um edital de licitação para contratar blocos para a construção dos equipamentos da indústria naval no país através de grupos estrangeiros, proibindo a participação de empresas brasileiras nos serviços. A medida foi considerada por Bebeto como um verdadeiro espancamento ao processo de reconstrução do setor industrial do Brasil e pode representar a demissão de cerca de milhares trabalhadores em todo o país e contra a indústria brasileira.