Por Jamesson Araújo
Mal acabou a eleição para presidente, grupos políticos em Ilhéus analisam o quadro que se desenhou para 2016. Tudo indica que o quadro eleitoral de candidatos de 2012 vá se repetir, com a inclusão de um ou dois candidatos novos ao Palácio Paranaguá. Com a eleição dos petistas Dilma e Rui Costa, os pretensos candidatos do PT, Carmelita Ângela, quanto do PP, o atual prefeito Jabes Ribeiro, ganham força e dividem o projeto político do governo da Bahia para Ilhéus.
O prefeito Jabes, que inicialmente descartava tentar a reeleição, já vê uma possibilidade devido aos investimentos que serão feitos em Ilhéus pelos governos estadual e federal, além de ter adquirido uma usina de asfalto para acabar com a buraqueira das principais vias de Ilhéus. Mas há quem diga que nem pintando a rua de ouro o prefeito consiga diminuir sua impopularidade, principalmente devido a problemas no município muito graves, como a da saúde e educação, além de não ter conseguido até agora melhorar a fisionomia estética da cidade. O prefeito é medroso e só vai numa eleição se tiver certeza que existe a possibilidade muito grande de sucesso. Se não, jogará seu pupilo, o vereador e secretário Jamil Ocké, aos leões. Não descarte a união do PT e o PP em Ilhéus!
Já o PT trabalha o nome da ex- candidata Carmelita Ângela, que vem com a certeza de um futuro apoio do governo estadual a sua candidatura. Mas depois de 2012, quando o governador Wagner cruzou os braços e não entrou na campanha petista, preferindo o muro devido à candidatura aliada de Jabes, há uma grande possibilidade da história de se repetir. Apesar de serem eleições diferentes, o PT ilheense vai enfrentar uma rejeição anti petista que deu em Ilhéus a Aécio Neves (PSDB) mais de 40% dos votos válidos. Petistas defendem que Ilhéus tem que estar em sintonia com o governo federal (PT), estadual (PT) e Municipal (PT).
Também aliados à base petista na esfera estadual e federal, estão a deputada Ângela Sousa (PSD) e o candidato eleito a deputado federal, Bebeto Galvão (PSB). A petista Carmelita apoiou Ângela com intuito de ter reciprocidade nas eleições de 2016, e pelo andar da carruagem, o acordo será difícil de ser mantido devido a vontade do médico e ex- vice-prefeito de Ilhéus, Mário Alexandre(PSD) achar que chegou a sua hora de tentar o Palácio Paranaguá. Também não está descartada uma candidatura da própria deputada Ângela Sousa, que embolaria ainda mais o meio de campo da base aliada em Ilhéus. Mas pode haver um consenso entre os três ou quatro grupos para uma só candidatura. E quem teria coragem de abrir mão?
Já o deputado federal Bebeto Galvão (PSB) é o pêndulo dessa eleição. Como o mais votado em Ilhéus com 26 mil votos, ele terá um papel importantíssimo na organização de uma chapa, que pode até ter o seu nome a prefeito. Descartado inicialmente por grande parte de seu grupo, que acha que o mandato de federal tem que ser priorizado devido à falta de representatividade política na região no Congresso Nacional. Há quem defenda o nome do jovem vereador Lukas Paiva (PMN) para uma candidatura a prefeito, com o apoio de Bebeto, e entraria nesses 40% do eleitoral que não vai com o PT e seus aliados, e também nos que também votam no PP. Lukas, que apoiou Bebeto, também é ligado e apoiou o deputado estadual do PSDB, Augusto Castro, e tem uma grande interlocução com lideres da direita baiana.
Outro nome que muitos consideram morto politicamente é o do atual vice-prefeito Cacá Colchões. Apesar de ser o grande derrotado nas eleições de desse ano em Ilhéus, Cacá sairia nesse domingo fortalecido juntamente com o vereador Lukas Paiva, ambos apoiaram abertamente Aécio Neves, inclusive com críticas ferrenhas ao PT em redes sociais. Como Lukas, Cacá apoiou outro tucano eleito, o novo deputado federal, João Gualberto (PSDB). Antes de qualquer movimento, Cacá, que já saiu do governo Jabista, terá que se declarar oposição, coisa que até o momento não fez, e é esperado até mesmo pela cúpula da direita na Bahia.
Cacá insiste em errar politicamente. Acatou imediatamente após o resultado do segundo turno da eleição presidencial um chamado do prefeito Jabes Ribeiro para avaliar junto com sua base, afinação ao com o discurso da presidenta reeleita do Brasil, Dilma Rousseff e do governador Rui Costa (PT). É um contrassenso total por parte de Cacá !
Quem assiste a tudo são os vereadores Cosme Araújo (PDT) e Roland Lavigne (PPS). Como o tabuleiro político está se projetando, não é descartada a candidatura de um dos dois. Cosme está habilitado diante da grande votação para deputado estadual nesta eleição, mas rejeita a ideia de candidatura a prefeito. Outro vereador que almeja o Palácio Paranaguá, o vereador petista Alisson Mendonça, que organizar o PDT para tentar colocar a seu nome a disposição dos ilheenses. O Caminho é complicado, mas não impossível.
Existe uma movimentação de formadores de opinião para que se forme em Ilhéus um grupo político para contrapor o PT e seus aliados, apenas com um candidato. Do outro lado, teremos dois a três candidatos dividindo os eleitores que votam no PT e aliados. Se conseguirem unir e lançar somente um candidato, a situação dificilmente deixará de fazer o prefeito de Ilhéus.
Dilma obteve em Ilhéus 52 mil votos, 59 % do eleitorado. Enquanto Aécio obteve 40 %, sendo 35 mil votos. As abstenções ficaram na média eleitoral de Ilhéus, 30 %, 40 mil eleitores.
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