A Polícia Federal vê indícios de que o deputado Luiz Argôlo (SDD-BA) recebeu parte de R$ 400 mil de um diretor da empreiteira OAS. A suspeita surgiu em meio à vigilância sobre a intensa troca de mensagens entre o parlamentar e o doleiro Alberto Youssef, alvo da Operação Lava Jato – investigação sobre um esquema de lavagem de dinheiro. A interceptação revela que o doleiro encontrou-se no dia 12 de março de 2014 com Mateus Coutinho, diretor financeiro da OAS. A 9nformação é de Fausto Macedo, repórter do jornal O Estado de S. Paulo.
“Falei com Mateus, vai liberar semana que vem. Uma parte dos 400”, disse Youssef ao deputado, identificado “LA”, após a reunião com o executivo. Para a PF, o diálogo mostra que provavelmente ‘LA’ é um dos destinatários da quantia.
Os investigadores não avançaram nessa linha de apuração porque Argôlo tem foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal, para onde foi enviado relatório de 335 páginas com 1.411 mensagens entre o parlamentar e Youssef de 14 de setembro de 2013 a 17 de março de 2014. “Há, aparentemente, registro de negócios comuns, envolvendo construtoras e licitações”, assinala a PF. Argôlo diz que tem “relação duradoura, séria e madura” com Coutinho. O relatório destaca que o executivo esteve na residência de Youssef em São Paulo, à Rua Afonso Braz, Vila Nova Conceição.
A PF diz que “os indícios apontam que ‘LA’ era cliente dos serviços de Youssef, por vezes repassando dinheiro de origem aparentemente ilícita, intermediando contatos em empresas, recebendo pagamentos, inclusive tendo suas atividades operacionais financiadas pelo doleiro”. No escritório do doleiro foi encontrado cartão de apresentação de Coutinho, com o timbre da empresa. A PF sugere que o executivo teria feito “um acordo” com Argôlo para que este assumisse o cargo de primeiro-vice-líder do Solidariedade na Câmara, “encaminhando projetos em prol do governo e do Palácio do Planalto”. Youssef gostou. “Bom acordo.” Continue lendo a matéria no Diário do Poder.
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