Uma reunião na madrugada deste sábado entre lideranças do movimento grevista da Polícia Militar da Bahia e a ex-ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Eliana Calmon, pré-candidata do PSB ao Senado, serviu para acalmar os ânimos entre policiais militares insatisfeitos e afastar, pelo menos por enquanto, a ideia de uma retomada da paralisação. Eliana explicou aos líderes como se dará a tramitação judicial do caso do vereador Marco Prisco (PSDB) na Justiça Federal. Ele foi preso na tarde de ontem pela Polícia Federal e levado para o Complexo da Papuda, no Distrito Federal. Portanto, a assembleia de policiais prevista para hoje não vai mais acontecer.
O advogado de Prisco, Vivaldo Amaral, deu entrada na manhã de hoje com um pedido de habeas corpus junto ao Tribunal Regional Federal (TRF). Como o sistema utilizado para o solicitar o HC estava fora do ar em Salvador, o advogado foi a Brasília realizar o processo. Segundo Amaral, Prisco pode sair ainda neste sábado.
Uma das lideranças do movimento, o deputado Capitão Tadeu Fernandes é filiado ao PSB e havia convocado a nova greve ao saber da prisão de Prisco na sexta. Depois da reunião com Eliana Calmon, ele recuou e pediu o aquartelamento da tropa diante do impacto da prisão do líder do movimento e o temor de que, nas ruas, os policiais pudessem reagir mal. Entre ontem e hoje os policiais aderiram, no entanto, a uma espécie de “operação tartaruga”, sem colocar nas ruas o efetivo considerado ideal.
Preocupado com o desgaste político, o PSB da Bahia apressou-se em soltar uma nota desaprovando a convocação de uma nova greve da PM. O partido entende “que não é possível submeter a população da Bahia ao medo em função de outra paralisação por causa de uma prisão”, que só poderá ser revertida pela Justiça Federal.
A legenda espera, segundo a nota, “que prevaleçam o respeito à lei e à Constituição notadamente por parte daqueles a quem cabe parcela fundamental de responsabilidade em fazer cumpri-la, que são as forças policiais. O PSB apela para o bom senso e o respeito a um dos direitos mais fundamentais da sociedade que é o da segurança e integridade de todos os cidadãos baianos”.
Informações do Jornal O Globo
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