A pior miséria deste país se chama Partidos Políticos. São 32 tumores em avançado estado de metástase, que sugam ao se alimentarem, os nutrientes que compõem a dignidade do nosso povo, comprimindo a sua esperança.
Funcionam como autômatos, porque não são criados para transformar, para mudar, mas para serem direcionados ao fortalecimento da conservação e mantença de situações interessantes para poderosos grupos econômicos e políticos. São alicerces de escândalos.
O recente PROS tem essa sigla por ter sido criado para não ser CONTRA aos interesses individuais do seu grupo e o SOLIDARIEDADE para fortalecer solidariamente esses interesses.
Noticias que nos são chegadas dão conta que cerca de 10% dos deputados federais migrou para os dois novos partidos, mas, que não houve perdas para a base aliada do governo, nem prejuízos para a oposição, porque, cada um será uma extensão dos grupos já existentes. Isso quer dizer que as raposas só mudaram de videira, mas continuam as mesmas raposas, agora com maior área de atuação, tendo em vista a ampliação dos seus quintais e o cultivo de novas parreiras.
Na esfera estadual as migrações seguiram a mesma linha de interesses de Brasília.
Na esfera municipal, por enquanto, só zum, zum, zum, mas, não é preciso ser adivinho para se ter a certeza que os dois novos Partidos serão como roupas novas a serem usadas como fantasias pelos mesmos e antigos atores, a encenar uma peça, baseada em fatos reais e por eles reescrita, numa nova tradução de miséria e desesperança, onde uma população pedinte e decadente, num cenário sombrio, implora por condições dignas de sobrevivência e, de repente, como num toque de mágica surgirá um mocinho, do nada, parecendo um milagre do além e com um discurso incisivo e direto, traz uma receita pronta para a solução dos problemas e, o povo, contagiado, a aplaudi-lo, nem se apercebe que vestido naquelas roupas e por detrás daquela máscara está o velho e ganancioso monstro, saindo da toca do seu novo endereço no PROS/SOLIDARIEDADE para continuar com a destruição da sociedade, iniciada pelos seus mais de 20 ancestrais sediados em Ilhéus.
Essa história sempre se repete, mas, somente quando o pano cai para iniciar a próxima cena é que acordamos e nos deparamos cada vez mais perto do precipício, porque, só aí, nos damos conta que a gente ainda não se permitiu mudar.
Na verdade Partido não tem cara, porque diante de uma situação que exija um posicionamento contrário aos seus interesses particulares, ou de alguma forma possa descontentar um dos segmentos envolvidos na questão, ou se omite, ou se retira de cena.
Partido não tem causa, tem cores para identificá-lo e bandeiras que tremulam nas mobilizações sociais como forma de marcar presença, porque ali se infiltram silenciosamente, para silenciosamente se retirarem, quando há o risco do comprometimento partidário.
Quem não se lembra da Plenária Unificada constituída por um grupo de partidos que se imaginando independentes e autônomos não permitiram o acesso de Jabes Ribeiro no grupo? Quem não se lembra de Jabes Ribeiro afirmando seguramente que trataria do assunto “lá por cima”, ou seja, a nível estadual? Quem não se lembra que tratando do assunto “lá por cima”, Jabes Ribeiro conseguiu decepar com a própria foice do PC do B, a candidatura do Dr. Israel Nunes e a “fritura” em óleo bento, do nome do Dr. Rui Carlos do PRB e ainda contou com o apoio de ambos Partidos? Quem não se lembra que Jabes Ribeiro comandou uma coligação composta por 16 Partidos e se transformou no reizinho do Paranaguá?
Quem não assistiu a greve dos servidores postulando a asseguração dos seus direitos constitucionais negados pelo Prefeito durante 80 dias ininterruptos? E a luta dos jovens do Reúne Ilhéus em defesa da qualidade e da redução da tarifa do transporte público em Ilhéus, há quase 03 meses, sem atenção, nem resposta ?
A prova que partido não tem cara e nem tem causa está na omissão dos 16 Partidos que apoiaram o Prefeito Jabes Ribeiro, posto que diante da sua péssima administração, da greve dos servidores e da luta do Reúne Ilhéus, mantém-se em silêncio.
A prova que partido tem o dom de se infiltrar silenciosamente nas mobilizações e delas saírem silenciosamente quando se exige deles um posicionamento, está no comportamento daqueles que se dizendo oposição, se infiltraram no movimento dos servidores, com a intenção de se apresentarem como os salvadores da Pátria, na hora “H”.
“São todos lé com cré”. Todos juntos e misturados. A ideologia foi às “cucuias”, como dizia o nosso amigo Joventino Raul.
Cadê os Partidos, principalmente os de oposição que silentes assistem o caos do município que segue a galopes rumo à irreversibilidade? Não ouvimos a voz desses Partidos através dos seus edis. Dizem que são 07 os edis opositores, mas, só conhecemos três, só ouvimos três, só vemos três resistirem insistentemente aos desmandos do gestor municipal. Só conhecemos três apresentando projetos importantes de objetos variados em favor da população,só conhecemos três, buscando junto ao Judiciário a proteção legal para coibir decisões abusivas oriundas do Legislativo, só conhecemos três que merecem no momento, a confiança e o apoio da nossa população. As ações e o trabalho desenvolvidos os destacam ante a omissão e a inércia dos demais e os identificam sem a necessidade de nominá-los. Não fomos eleitores de nenhum deles, mas Justiça seja feita!
A bancada do governo municipal de Ilhéus conta com 16 vereadores, dos quais 12 são assumidos e 04 sumidos, escondidos no silêncio, entocados na omissão, dirigidos por seus partidos, a cada ato, meticulosamente, no palco das conveniências.
O sistema partidário no Brasil é pútrido e insignificante, principalmente quando se trata de seriedade e compromisso, porquanto, na verdade, o político que honra o seu mandato não precisa de cor partidária, nem de falsa ideologia para trabalhar. Simplesmente, trabalha.
As velhas caras que migrarão para os novos partidos em Ilhéus, buscarão no PROS encontrar a SOLIDARIEDADE dos CONTRAS, juntando as suas “ideologias”, para comungar os seus interesses nas eleições que se aproximam. E o povo, às favas, porque embora a população desconheça os programas dos novos partidos, já conhece as suas velhas rapinas migrantes.
Cada Partido é um problema, é prenúncio de um novo escândalo, é sinônimo de prejuízos, é certeza de conchavos, é promessa sem cumprimento. É doença que contagia o país.
Afinal, para que servem 32 Partidos em termos de desenvolvimento e crescimento econômico, social e político para o país, para a Bahia, para Ilhéus ?
*Aldircemiro Duarte é Portuário estivador e Presidente do Coeso
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