O investimento em acessibilidade para pessoas com necessidades especiais deixou de ser uma prática esporádica para se tornar algo indispensável no setor hoteleiro do país. E é pensando nisso que dois dos maiores hotéis de Ilhéus já estão com todos os locais acessíveis para todos os hóspedes, independente da necessidade.
Segundo pesquisas recentes, no Brasil cerca de 15% da população é portadora de necessidades especiais, e para um hotel, pousada ou resort, estar preparado para receber esses hóspedes é regra fundamental para o bom atendimento. De acordo com o especialista em hotelaria, Francisco Diniz, “a acessibilidade básica é algo obrigatório nos dias atuais do setor hoteleiro. O empreendimento terá um aumento natural de hóspedes com algum tipo de deficiência, como também será bem visto pela sociedade e estará adequado para o novo mercado do setor”, explica.
Outro ponto importante é que um hotel totalmente adaptado possui facilidades que se estendem para todos os hóspedes, como quartos e banheiros maiores, trilhas e caminhos acessíveis a todos os públicos, colaboradores mais preparados, entre outros. Tudo isso já é regulamentado pela norma NBR 9050, de 2004, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que determina que todos os hotéis precisam possuir ao menos 5% do total de dormitórios com sanitários acessíveis e também recomenda que pelo menos 10% do total de dormitórios sejam adaptáveis para acessibilidade.
Para Edison Passafaro, cadeirante desde 1980 e coordenador do Comitê de Acessibilidade da Brazilian Adventure Society, “o empresário inteligente é aquele que entende que não terá custos para adaptar o local, mas, na verdade, irá investir para absorver um mercado com milhares de pessoas que podem consumir e praticar atividades de turismo de aventura, de lazer ou de ecoturismo”, destaca.
Em Ilhéus, alguns hotéis já estão investindo para viabilizar o acesso de todos. Para Carlos Mendonça, proprietário dos hotéis Praia do Sol e Aldeia da Praia, a adaptação dos apartamentos com sanitários confortáveis e rampas que facilitem a locomoção são demonstrações de respeito ao próximo e ao cidadão. “A deficiência de um cidadão não veio por vontade própria, foram circunstâncias da vida e merece respeito para amenizar o sofrimento. Devemos oferecer um tratamento igual a todos”, finaliza.
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