Expansão da celulose no sul da Bahia exigirá nova infraestrutura logística


A expansão da celulose nos territórios da Costa do Descobrimento e no Extremo Sul, que chegará a R$ 10 bilhões nos próximos anos, exigirá nova infraestrutura logística e iniciativas que reduzam os impactos no meio ambiente e reverta parte dos ganhos das indústrias em benefício dos territórios. A projeção é do secretário do Planejamento, José Sergio Gabrielli, durante a palestra sobre os desafios e oportunidades do desenvolvimento para a região, que foi realizada na noite desta quinta-feira (21), em Porto Seguro, e reuniu prefeitos, empresários e representantes da sociedade civil.

Durante o encontro, que reuniu mais de 200 participantes, Gabrielli explicou que “com a implantação do Porto Sul, o fluxo de cargas de minerais e celulose deverá ser alterado, já que hoje a produção escoa, principalmente, pelo Espírito Santo ao invés da Bahia”, afirma o secretário, lembrando que já está prevista a duplicação da BR 101 na região, o que fortalecerá o nó logístico.

Contudo, o titular da pasta do Planejamento disse que é preciso medidas complementares. “É necessário aperfeiçoar o planejamento e a gestão por parte dos municípios e ao identificar essa demanda, a Secretaria do Planejamento do Estado (Seplan) irá, a partir do próximo mês, auxiliar as prefeituras a elaborarem os seus Planos Plurianuais (PPA), que é um documento obrigatório e orienta quais são os investimentos prioritários para um projeto de desenvolvimento”, destaca Gabrielli.

Outro tema abordado durante a palestra foram as conquistas sociais. Em 260 municípios baianos, apenas as transferências da aposentadoria rural superam em volume de recursos as do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Já em 79 cidades da Bahia, o mesmo ocorre ao somarmos as transferências do Bolsa Família e do Benefício de Prestação Continuada (BPC). “Este é um retrato da importância social das transferências diretas às famílias, por parte do Governo Federal, que totalizam R$ 4,5 bilhões por ano na Bahia. Como administrar o aumento das demandas sociais e a limitação financeira dos municípios são questões que atualmente se mostram relevantes, sobretudo, para as cidades pequenas e médias”, pontua o secretário.