POR RANS
Quem nesse mundo pode afirmar que desconhece a fábula da cigarra e da formiga? Tal, como algumas outras tantas, travestida no formato “historinha para crianças”, explicita uma grande sabedoria, que pode e deveria ser tomada como parâmetro para muitas circunstâncias.
Vejamos, a citada fábula conta a história de uma formiga que, objetivando se precaver contra as agruras do inverno, trabalha arduamente no verão para coletar e estocar alimentos, que irão lhe suprir durante o período de frio rigoroso. Já a cigarra não. Pouco preocupada com o que há de vir, vive a cantarolar. Quando a fome aperta ela vai, recolhe os alimentos em fartura, e depois volta a tocar sua vida despreocupadamente.
O desfecho de tudo isso nós sabemos. Quando o inverno chegou e decretou o fim da fartura, a formiga se deu bem, pois tinha no estoque alimento suficiente. Já a cigarra, quando se viu com fome e com frio, foi obrigada a recorrer à formiga, que, inclusive, foi vítima da zombaria do inseto cantor. Moral da história: Aquele que não age pensando em se precaver dos possíveis problemas vindouros, tenderá a sofrer com as armadilhas que a vida nos oferece.
E é justamente assim, como a referida cigarra “cantarolante”, que o poder público municipal de Ilhéus vem agindo ao longo desses anos. Ou seja, sem a menor preocupação em algumas áreas, negligenciando problemas futuros. Destaque para as suas ações, ou falta de ações, em relação à mobilidade urbana e, em especial, nas chamadas áreas de risco, onde, chuvas mais intensas representam risco de morte para centenas de famílias.
Durante a gestão de Newton Lima, após o desabamento de uma encosta que acarretou na morte de duas crianças nas proximidades da avenida Esperança, com a pressão da opinião pública, chegou a ser anunciado que um desconhecido Conselho Municipal de Defesa Civil seria reativado. Mas, como se sabe, tal notícia não passou de mera falácia, e nada foi feito de fato. Verbas até chegaram para obras em algumas encostas. Tais foram até feitas, mas nada que servisse para solucionar o problema gravíssimo.
Eis que questionamos: Será que a atual gestão seguirá agindo como uma cigarra, pensando apenas no agora? E em relação às encostas, vão esperar que novas tragédias se sucedam, para começar a agir? Estaremos de olho.
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