Vereador experiente, no cumprimento do seu quinto mandato consecutivo, e acostumado a testemunhar acordos não cumpridos, o petista Alisson Mendonça protagonizou uma cena, no mínimo, hilária na véspera da escolha do novo presidente da Câmara.
Após uma exaustiva reunião onde definiu que os nove vereadores de oposição apoiariam a candidatura do colega Valmir Freitas, Alisson sugeriu uma estratégia para evitar desconfianças entre os pares.
– Vamos fazer o seguinte: para ter certeza dos nossos votos, você, fulano, escreve na cédula, Valmir com “W”. Sicrano, você escreve sem o “erre”. E assim por diante.
Na verdade, a estratégia de Alisson era outra.
Desconfiado de que haveria traição no processo, o experiente vereador resolveu testar quais eram as reais chances de Valmir Freitas sair vencedor do pleito.
O resultado foi esclarecedor.
Dois vereadores de primeiro mandato, reagiram e pediram a interferência de um terceiro mais experiente, o vereador Gilmar Sodré, contra a proposta de Alisson.
– Fala com esse povo, Gilmar, que não vou escrever o nome errado de ninguém.
O outro retrucou:
– Pra mim é Valmir com “V” e pronto.
Gilmar Sodré, tão raposa velha quanto Alisson, apenas balançou a cabeça, segurou os cabelos e rangeu os dentes como se quisesse dizer aos nobres colegas inexperientes na arte de trair: “é inocência demais de vocês nesse mar de lama”.
A atitude dos vereadores que bateram pé para escrever o nome certo do colega Valmir Freitas na cédula de votação foi a certeza, ainda na véspera da escolha do novo presidente, que a derrota de Valmir era apenas uma questão de horas.
Horas depois, os três votos foram dados ao candidato Josevaldo Machado.
Por sinal, sem muita preocupação se Josevaldo se escreve com “s” ou com “z”.
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