Paciência e tolerância: a linha é tênue

POR RANS

Daqui a exatos três dias findara-se um ciclo e outro terá início automaticamente. Trata-se do comando do Palácio Paranaguá, que, como se sabe, mudará de mãos já no primeiro dia do “ano que vai nascer”. O prefeito eleito, ante muitos desafios e imbróglios administrativos a serem destrinchados, terá que conviver com um fator deveras relevante: a desconfiança da maioria da população ilheense.

Para termos certeza de tal sentimento que rondará a nova gestão, basta que analisemos os números da última eleição municipal, quando o prefeito eleito sagrou-se vencedor com uma quantidade de votos inferior a da soma dos outros candidatos. Quem não votou nele é porque não acreditou em hipótese alguma no seu plano de governo e nas suas propostas para o município. Isso é fato.

Mas, cremos que tais sentimentos a uma altura dessas já devem estar, na medida do possível, devidamente sepultados. Os desafios serão outros, e, a partir de 1º de janeiro de 2013, Jabes deixará de ser o predileto de uma parcela da população, para ser o gestor de todos nós no campo administrativo municipal.

Uma coisa é certa: nada mudará como uma espécie de passe de mágica. Os muitos problemas que o prefeito eleito “herdará” vão requerer tempo para serem solucionados da maneira como se espera. E a população há de ter consciência disso. Mas é justamente aí que reside toda a problemática em questão. Afinal de contas, qual o limite que separará a necessária paciência por parte da maioria que o rejeitou nas urnas, para a natural apatia que costuma ornamentar os cidadãos ante desmandos e falhas administrativas? Eis a questão.

Uma coisa é mais do que certa: Paciência é uma virtude de poucos, porém nunca há de ser confundida com tolerância, que, a depender do contexto, se evidencia como um mal social a ser combatido.