Durante 19 anos, o relacionamento de Lula e Rose se manteve oculto do público
A operação Porto Seguro revelou o que muitos jornalistas já sabiam: a influência exercida pela ex-chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha, no Governo Federal, revelada em e-mails interceptados, decorre da longa relação de intimidade que ela manteve com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Os petistas logo correram para afirmar que o assunto era particular. Concordo! Mas a partir do momento que Rosemary foi nomeada secretária da Presidência e mais tarde promovida à chefe do Gabinete, com envolvimento intimo com Lula, isso deixou de ser particular e passou a ser público. Viagens oficiais do ex-presidente regada com dinheiro público sempre tiveram como acompanhante a sua secretária intima. Segundo levantamento da Folha de São Paulo, tendo como base o “Diário Oficial”, a primeira da dama Marisa não participou de nenhuma das viagens.
Oficiais da Aeronáutica se preocupavam com o fato de que ela, por vezes, viajava no avião presidencial sem estar na lista oficial. Em muitas ocasiões, Rose seguia em voos da equipe que desembarcava antes do presidente para preparar sua chegada.
Nessas viagens, seguranças que guardavam a porta da suíte presidencial nas missões fora do Brasil, registravam ao superior imediato a presença da assessora. Oficiais do cerimonial elaboravam roteiro e mapa dos aposentos de modo a permitir que o presidente não fosse incomodado.
Rosemary Noronha foi nomeada por Lula para a chefia do gabinete regional da Presidência em 2005, foi indiciada sob suspeita de tráfico de influência e corrupção e exonerada após a ação policial.
Em sua edição desta semana, a revista semanal IstoÉ informou que o eventual indiciamento de Rosemary Nóvoa de Noronha, a “Rose”, pela Polícia Federal, por tudo o que ela representa, causará calafrios no PT. “Não vou cair sozinha”, disse ela ao longo da semana. “Tememos pelo seu destempero”, reconhece um petista com trânsito no governo. A revista informa que não foram pedidas interceptações telefônicas dela, o que houve foi a solicitação dos e-mails retroativos. O primeiro e-mail em que ela aparece foi de 2009. De acordo com a procuradora do MPF, Suzana Fairbanks, o grupo criminoso agia seguindo o padrão de tentar achar brechas jurídicas para retirar uma decisão de um órgão e levá-l a para outro, onde já contava com servidores cooptados para fazerem uma análise favorável do caso. “Eles não paravam de cometer crimes. É o tempo inteiro. É o modus operandi deles. Está na vida deles e eles só fazem isso o tempo todo”, disse a procuradora.
Como a maioria das tramas envolvendo mulher traída e amante, a história nunca acaba bem para o homem bígamo. Vamos esperar o desenrolar dessa querela.
* Informações da Folha, Claudio Humberto, Istoé
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