Dois presos morrem e outro fica ferido em briga no Complexo Penal da Itabuna


Dois detentos morreram e outro ficou ficou ferido em uma briga no Complexo Penal de Itabuna, no sul da Bahia, por volta das 3h desta terça-feira (13). De acordo com informações do diretor da unidade prisional, Fábio Santana, um dos presos, identificado como Jipleze Atanásio Lima, 20 anos, atacou três colegas de cela com uma espécie de facão artesanal.

Condenado por tráfico de drogas, Jipleze estava internado no Complexo Penal desde junho de 2011 e dividia a cela com cerca de 15 internos. A cela estava superlotada, como é o caso do presídio. Construída para atender 438 presos, a detenção abriga hoje 1008 pessoas na ala masculino e no anexo feminino. A última revista no local aconteceu há cinco meses.

“É a primeira vez que uma coisa dessas acontece desde que eu assumi o comando desta unidade em janeiro”, afirma o diretor Fábio Santana. “Assumir o comando de um negócio desses é meio como sentar em cima de um barril de pólvora que pode explodir com qualquer faísca, a qualquer momento. E infelizmente, a superlotação é um problema que nós estamos enfrentando, mas não estamos enfrentando sozinhos, porque diversas outras unidades prisionais na Bahia passam pela mesma situação”, relata.

Os colegas de cela agredidos por Jipeze foram Israel Pereira Campos, 56 anos, José Carlos Bispo dos Santos, 46 anos, que não resistiram aos ferimentos e morreram no local. A terceira vítima da agressão, que não teve a identidade revelada, foi socorrida para o Hospital de Base de Itabuna. Não há mais informações sobre o estado de saúde dele.
“Tudo indica que isto foi um caso isolado, uma desavença entre os internos,” afirma o diretor do Complexo Penal. “Ainda estamos investigando, mas não há indícios de que o que aconteceu foi o resultado de alguma ordem dada por alguma facção ou por um dos integrantes do pavilhão”.

Fábio Santana ainda afirma que o acusado Jipleze Atanásio Lima deve ser transferido para uma unidade de segurança em Salvador que tenha um espaço de isolamento exclusivo a fim de evitar que ele vire um alvo para outros internados que presenciaram a agressão, ou souberam dela.