O consumo moderado de cerveja beneficia a saúde das mulheres. A tese foi defendida no IV Simpósio Internacional de Cerveja, realizado esta semana em Madri, na Espanha. O estudo foi liderado pelo médico Tirso Perez, chefe de ginecologia do Hospital Puerta de Hierro, e mostra que dois copos ao dia geram ações antioxidantes, anti-inflamatórias na fase adulta, reposição de estrogênio durante a menopausa e até a redução dos riscos de hipertensão na terceira idade. O trabalho também demonstra que a cerveja sem álcool faz bem à saúde das gestantes por conter ácido fólico, nutriente que evita a má formação do tubo neural do embrião.
Já um trabalho apresentado por Lina Badimón, diretora da cadeira de pesquisas cardiovasculares da Universidade Autônoma de Barcelona, mostra que o consumo moderado de cerveja pode reduzir a cicatriz no coração provocada por um infarto agudo do miocárdio em homens e mulheres, além de possibilitar uma melhora no funcionamento do órgão após o ataque cardíaco.
Para a pesquisa, durante 21 dias os pesquisadores submeteram quatro grupos de porcos a uma dieta hipercalórica e, posteriormente, induziram os animais a um infarto. Os estudiosos, então, ofereceram doses de cerveja com álcool para dois deles por 31 dias consecutivos. Depois do procedimento, repararam uma melhora significativa nas condições dos corações dos animais em comparação aos dos outros grupos.
— Nosso objetivo foi investigar se haviam efeitos cardioprotetores proporcionados pelo consumo moderado de cerveja. Utilizamos as mesmas metodologias que são tradicionalmente aplicadas para pesquisas cardiovasculares. A conclusão nos surpreendeu — conta Lina.
Não foram registradas mudanças no peso ou no tamanho do coração durante o processo. Não houve também incremento da massa corporal dos animais que participaram da experiência. O trabalho, porém, mostrou melhora na quantidade e qualidade de colesterol bom, o que confirma estudos anteriores que apontavam conclusões semelhantes.
Quem também tem boas notícias são os esportistas. Apresentado no simpósio, estudo de Manuel Castillo Garzon, doutor em fisiologia médica do esporte pela Universidade de Granada, demonstra que a ingestão moderada da cerveja é comparada ao consumo de água no processo de hidratação. Além destas características, a bebida tem nutrientes que ajudam na recuperação do metabolismo, como sódio e potássio.
Para colaborar com as teorias, a médica Gema Fruhbeck, presidente da Sociedade Europeia para Estudo da Obesidade, defendeu a tese de que o consumo moderado de cerveja pode ser parte de uma dieta saudável graças aos compostos nutritivos. A doutora lembra que o consumo de bebidas fermentadas faz parte da dieta mediterrânea, considerada patrimônio da humanidade pela Unesco.
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